Fernando Sastre de Andrade Filho, de 24 anos, foi indiciado pela Polícia Civil de São Paulo por homicídio doloso, lesão corporal e fuga, após sua ultrapassagem em alta velocidade ter provocado a colisão traseira de seu Porsche contra um Sandero, matando o motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana, de 52 anos.
A Secretaria Municipal de Mobilidade e Trânsito e a CET confirmaram à CBN nesta segunda-feira, 8, que o radar fixo instalado nas proximidades do local do acidente com o Porsche não estava funcionando.
Fernando Sastre de Andrade Filho, de 24 anos, dirigia o veículo de luxo que colidiu contra um Sandero e matou o motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana, de 52, na madrugada do último domingo, 31. Testemunhas afirmararam que ele estava em alta velocidade e o equipamento poderia ter registrado a velocidade do carro.
Receba as principais notícias direto no WhatsApp! Inscreva-se no canal do Terra
O radar está situado aproximadamente a 500 metros antes do ponto exato onde ocorreu o acidente. No entanto, segundo os dois órgãos de trânsito, os dois equipamentos que funcionavam no local estão desligados desde o dia 24 de março.
"Os equipamentos da via estão passando por atualização tecnológica, em atendimento à uma Resolução CONTRAN. A previsão é de que os equipamentos sejam restabelecidos até o final de abril", afirmou a pasta à CBN.
Na última semana, a Polícia Civil de São Paulo pediu a prisão preventiva de Fernando. O delegado Nelson Vinicius Alves, do 30º Distrito Policial, no bairro do Tatuapé, na zona leste da capital paulista, utilizou o argumento do "poder aquisitivo elevado" do empresário para pedir a prisão, segundo a CBN. Na visão da autoridade, estando em liberdade, o jovem poderia fugir ou subornar testemunhas para que prestem depoimento favorável a ele em juízo.
Andrade Filho vem de uma família de empresários que atua no ramo imobiliário e é sócio em duas empresas. A polícia já havia pedido a prisão temporária do jovem no dia em que ele se apresentou na delegacia, na segunda-feira, 1º, mas o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) negou o pedido de prisão do empresário.
No pedido de prisão preventiva, o delegado ainda afirma que Andrade Filho praticou um crime de extrema gravidade, fugindo do local e, segundo testemunhas, estaria visivelmente embriagado. Ele responderá por homicídio doloso, lesão corporal e fuga após a colisão.
Como e onde ocorreu o acidente
A colisão traseira ocorreu por volta das 2h de domingo, na Avenida Salim Farah Maluf, na capital paulista. Testemunhas informaram à Polícia Civil que o empresário, que conduzia o Porsche, seguia em alta velocidade pela via, que tem limite de 50 km/h, e ao fazer uma ultrapassagem, perdeu o controle.
Andrade Filho teria batido contra a traseira do Sandero, conduzido por um motorista de aplicativo. O condutor do Renault chegou a ser socorrido em parada cardiorrespiratória para o Hospital Tatuapé. Ele morreu por causa de "traumatismos múltiplos".
Marcus Vinicius Machado Rocha, amigo do motorista do Porsche, está na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital São Luiz Anália Franco, entubado e em coma induzido.
Motorista fugiu
Policiais militares que atenderam ao caso informaram à Polícia Civil que a mãe de Andrade Filho compareceu ao local e disse que levaria o filho ao Hospital São Luiz, localizado no Ibirapuera, para tratar de um ferimento na boca. Quando os agentes foram até ao hospital para fazer o teste do bafômetro e colher sua versão do acidente, eles não encontraram nenhum dos dois.
Andrade Filho só compareceu à Polícia Civil mais de 30 horas após o acidente, "a fim de afastar indícios de embriaguez", de acordo com o parecer da promotora Monique Ratton, da 6ª Promotoria de Justiça da Primeira Vara do Júri da Capital, divulgado pela Folha de S.Paulo.
Ao ser interrogada na delegacia sobre por que não levou o filho ao hospital, como havia informado aos policiais, a mãe alegou que o levou para casa devido à sujeira resultante de uma queda no asfalto. Ela também mencionou que precisava de um banho, pois havia se ajoelhado no chão.