Tecnologia e ancestralidade se unem em exposição que reconstrói rostos de africanos libertos por Luiz Gama

Mostra no Arquivo Público de São Paulo usa inteligência artificial para dar rosto e identidade a africanos libertos por Luiz Gama

9 mai 2025 - 20h34
(atualizado às 21h14)
Resumo
Exposição no Arquivo Público de São Paulo recria, com inteligência artificial, os rostos de 120 africanos libertos por Luiz Gama, resgatando suas histórias e promovendo um novo olhar sobre a luta abolicionista.
Figura-chave no movimento abolicionista brasileiro, Luiz Gama também ganha um RG na exposição
Figura-chave no movimento abolicionista brasileiro, Luiz Gama também ganha um RG na exposição
Foto: Wikicommons / BBC News Brasil

A luta abolicionista de Luiz Gama ganha nova dimensão com a exposição “Eu, amanuense que escrevi...”, que estreia em 16 de maio no Arquivo Público do Estado de São Paulo. A mostra utiliza inteligência artificial para reconstruir os rostos de 120 africanos libertos por Gama entre os anos de 1862 e 1866, pessoas que tiveram suas existências registradas por ele em manuscritos históricos e que, agora, são retratadas como se tivessem tido acesso ao direito de existir oficialmente.

RG fictício de Luiz Gama
Foto: Divulgação

A partir das descrições físicas presentes nos documentos originais, a tecnologia gerou imagens que lembram retratos 3x4. Cada rosto reconstruído aparece acompanhado de uma cédula de identidade fictícia, com dados atualizados. É como se aquelas pessoas, muitas vezes apagadas dos registros oficiais, pudessem hoje portar um RG. A visitação é gratuita e acontece no Arquivo Público do Estado de São Paulo, no bairro de Santana, zona norte da capital.

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A iniciativa é assinada por Diego Rimaos e faz parte do acervo “Presença Negra no Arquivo: Luiz Gama, articulador da liberdade (1830–1882)”, que foi reconhecido recentemente como Patrimônio Documental da América Latina e do Caribe pela Unesco.

O conjunto reúne nove periódicos sobre a atuação do abolicionista, entre os quais o livro Matrículas de Africanos Emancipados, de 1864, que contém registros manuscritos de Gama. A abertura contará com uma roda de conversa com especialistas e representantes do movimento negro, como Bruno Lima, Ednusa Ribeiro (Arquivo do Estado e Meninas Mahin) e Ligia Ferreira (Fundação Bienal de São Paulo e Unifesp).

Fonte: Redação Terra
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