Felipe Moraes, artista visual de 29 anos, foi morto a tiros por um segurança de supermercado em Santo André, ao tentar entrar no local com seu cachorro; a SSP investiga o caso, e a família pede justiça.
Um homem negro de 29 anos foi morto a tiros na manhã da última terça-feira, 26, enquanto tentava entrar em um supermercado em Santo André, na Grande São Paulo. Felipe Moraes Oliveira havia ido até o local para comprar pão, acompanhado de seu cachorro, quando foi baleado por um segurança do mercado Loyola, no bairro Jardim do Estádio.
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Felipe tentou pedir ajuda em um estabelecimento próximo, mas não resistiu e veio a óbito antes de receber atendimento médico. A família do jovem afirmou, por meio das redes sociais, que ele foi alvejado ao tentar entrar no supermercado com o cachorro. No entanto, não houve confusão.
"Mesmo sem oferecer risco, o segurança optou por atirar contra ele, já indefeso. Gravemente ferido, Felipe ainda tentou amarrar o seu cão em um poste e correu pedindo ajuda. Buscou socorro em uma farmácia próxima, mas não resistiu e faleceu no local", escreveu a família em comunicado oficial.
Felipe era artista visual, músico, artesão, percussionista e capoeirista. Em nota, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) de São Paulo afirmou que o autor do crime foi identificado pelo Setor de Homicídios e Proteção à Pessoa (SHPP) de Santo André.
"[O suspeito] permanece preso em cumprimento à prisão temporária. Ele não possui qualquer vínculo com nenhuma força de segurança", disse. A SSP destacou, ainda, que as investigações prosseguem para o esclarecimento dos fatos.
Em comentário feito em uma publicação do Instagram, a esposa do artista, Evelyn Silva, pediu justiça por Felipe. "Perdi meu marido, meu melhor amigo, e não posso aguentar que isso fique impune. Felipe foi comprar pão e disse que voltava logo para tomarmos café antes de eu sair para trabalhar. Não pude abraçar e beijar ele antes de sair de casa, não pude ver o corpo do meu companheiro e não aguento saber que estão ferindo a imagem dele. Por favor, não deixem que mais um crime de racismo seja deturpado e que transforme a vítima em culpada. Eu sempre vou te amar", disse.
O supermercado Loyola não se manifestou publicamente sobre o ocorrido até o momento. O Terra entrou em contato com a empresa para obter um posicionamento, mas não obteve retorno.
