A franquia Ganbare Goemon, conhecida internacionalmente como Mystical Ninja, é uma das séries mais peculiares, criativas e culturalmente japonesas da Konami. Combinando ação, plataforma, RPG, comédia pastelão e referências folclóricas nipônicas, ela teve seu início nos anos 80 e deixou um legado cult entre os fãs, especialmente por seu estilo visual vibrante e humor nonsense.
Em 1991 a Konami lançou The Legend of the Mystical Ninja para o Super Nintendo, quinto jogo da série e o primeiro a chegar oficialmente ao ocidente. O game trouxe ao console uma experiência que misturava ação, plataforma, minigames e uma boa dose de humor nonsense inspirado no folclore japonês, que parece ter saído direto de um sonho - ou talvez de um delírio coletivo altamente divertido.
Relembre a seguir aqui no Game On, mais detalhes desse clássico cult dos 16 bits.
Aventura no Japão Feudal
O jogo acompanha as aventuras de Kid Ying (Goemon, no original) e seu parceiro Dr. Yang (Ebisumaru), dois heróis folclóricos japoneses, em sua missão para resgatar a Princesa Yuki em um Japão feudal.
Mas não se engane: a premissa simples esconde uma jornada repleta de reviravoltas e situações hilárias. Nossos heróis devem viajar por diversas cidades e regiões do Japão, enfrentando inimigos bizarros e solucionando quebra-cabeças com um toque de insanidade.
O jogo apresenta uma fusão corajosa de diferentes estilos, combinando pancadaria lateral com seções de exploração com visão aérea em cidades (como em um RPG), onde é possível interagir com NPCs, comprar itens, jogar minigames (incluindo Gradius, dentro de um fliperama!) e até fazer parte de performances teatrais.
Essa constante mudança de perspectiva e estilo mantém a experiência sempre fresca e imprevisível.
Humor e uma dose de loucura
Mas o verdadeiro charme de The Legend of the Mystical Ninja é o seu senso de humor peculiar. O jogo apresenta visuais coloridos e estilizados e é recheado de referências à cultura japonesa, trocadilhos e situações absurdas que arrancam risadas.
Os inimigos são tão variados quanto hilários, e os chefes são verdadeiras obras de arte do design criativo, cada um com padrões de ataque únicos e aparências memoráveis - afinal, era a Konami em seu auge na criação de jogos originais.
Além disso, a trilha sonora composta por melodias tradicionais japonesas com um toque eletrônico, é contagiante e complementa perfeitamente o tom divertido do jogo.
E complementando o pacote, temos uma jogabilidade que permite que dois jogadores joguem simultaneamente, o que transforma a jornada em uma experiência ainda mais caótica e divertida.
Clássico Cult
Apesar de não ter alcançado no ocidente o mesmo nível de fama de outros clássicos da Konami, como Contra ou Castlevania, The Legend of the Mystical Ninja conquistou uma legião de fãs dedicados ao longo dos anos.
Sua ousadia em misturar gêneros, seu humor irreverente e sua originalidade o tornaram um título "cult" que muitos revisitam com carinho. É um lembrete de uma época em que os desenvolvedores tinham mais liberdade para experimentar e criar experiências verdadeiramente únicas.
Mas, apesar do carinho dos fãs, a série foi deixada de lado pela Konami nos anos 2000, em parte pelo apelo altamente japonês e pelas dificuldades de tradução/localização. Hoje, Ganbare Goemon vive no imaginário cult dos fãs de jogos retrô - e vez ou outra aparece em coletâneas ou participações especiais.
