Premiê do Japão diz que país deve buscar gastos proativos para crescer

17 dez 2025 - 08h47

O Japão deve buscar gastos proativos, em vez de um aperto fiscal excessivo, que impulsionará o crescimento e as receitas fiscais, disse a primeira-ministra Sanae Takaichi nesta quarta-feira, reiterando o foco de seu governo na recuperação da economia.

"Quando digo política fiscal proativa, estou me referindo à implementação estratégica de estímulo fiscal", disse Takaichi. "Isso não significa que recorreremos a uma expansão imprudente dos gastos", disse ela em uma declaração lida em um painel sobre política econômica organizado pelo lobby empresarial Keidanren.

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As falas foram feitas no momento em que o rendimento dos títulos públicos japoneses de 10 anos atingiu o maior valor em 18 anos nesta quarta-feira, devido às preocupações de que os grandes planos de gastos do governo de Takaichi poderiam piorar as finanças já precárias do Japão.

Takaichi fez a declaração no painel composto por seus assessores, incluindo o ex-vice-presidente do Banco do Japão, Masazumi Wakatabe, que atualmente é membro do principal conselho econômico do governo.

Wakatabe rejeitou a opinião, expressa por alguns analistas, de que os investidores podem perder a confiança na gestão fiscal do Japão e desencadear uma venda tripla de ações, ienes e títulos públicos.

"Embora as autoridades devam estar atentas ao excesso de volatilidade do mercado, não estamos vendo nenhum movimento que se desvie dos fundamentos", disse ele ao painel.

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Wakatabe também disse que o governo deve aumentar a taxa neutra de juros do Japão - ou o nível que não estimula nem esfria o crescimento - impulsionando a expansão potencial da economia por meio de gastos fiscais e de uma estratégia de crescimento.

"Se a taxa neutra do Japão aumentar como resultado, seria natural que o Banco do Japão aumente a taxa de juros", disse Wakatabe.

"Entretanto, o Banco do Japão deve evitar aumentar os juros prematuramente ou retirar demais o apoio monetário", acrescentou.

O banco central deve aumentar a taxa de juros ao final de sua reunião na sexta-feira, encerrando 2025 com duas altas de juros.

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