Petróleo fecha em mínima de quase 5 anos com oferta ampla e negociações Rússia-Ucrânia

16 dez 2025 - 18h19

Os preços futuros do petróleo atingiram seu nível mais baixo desde fevereiro de 2021 nesta terça-feira, em meio ao nervosismo contínuo em torno do excesso de oferta e com a perspectiva de um acordo de paz entre Rússia e Ucrânia parecendo se fortalecer, aumentando as expectativas de que as sanções poderiam ser aliviadas.

O Brent recuou 2,71%, para fechar a US$58,92 o barril, enquanto o petróleo West Texas Intermediate, dos Estados Unidos, fechou a US$55,27, com queda de 2,73%.

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"O Brent caiu esta manhã para menos de US$60 por barril pela primeira vez em meses, já que o mercado avalia um possível acordo de paz, resultando na disponibilização de volumes russos adicionais e no aumento do excesso de oferta no mercado", disse Janiv Shah, analista da Rystad.

Os EUA se ofereceram para fornecer garantias de segurança no estilo da Otan para Kiev, e os negociadores europeus relataram progresso nas conversações na segunda-feira, gerando otimismo de que o fim da guerra estava mais próximo.

A Rússia, por sua vez, disse que não estava disposta a fazer nenhuma concessão territorial, segundo a agência de notícias estatal TASS, citando o vice-ministro das Relações Exteriores, Sergei Ryabkov.

O spread dos futuros do Brent de seis meses passou para um contango pela primeira vez desde outubro.

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Os analistas do Barclays esperam que o Brent atinja uma média de US$65 por barril em 2026, um pouco à frente da curva futura, devido ao excedente esperado de 1,9 milhão de barris por dia (bpd) que eles consideram já estar precificado.

"Essa queda de preço ressalta a dinâmica estrutural do mercado de energia atual - oferta ampla e demanda lenta. A menos que os riscos geopolíticos ou as mudanças de política intervenham, essa fraqueza pode persistir até o próximo ano", escreveu Angie Gildea, líder de estratégia energética da KPMG nos EUA, em uma nota.

Além da pressão, dados econômicos chineses fracos na segunda-feira alimentaram ainda mais as preocupações de que a demanda global pode não ser forte o suficiente para absorver o recente crescimento da oferta, disse o analista de mercado do IG, Tony Sycamore.

O crescimento da produção industrial da China desacelerou para uma mínima de 15 meses, segundo dados oficiais. As vendas no varejo também cresceram em seu ritmo mais lento desde dezembro de 2022, durante a pandemia de Covid-19.

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