Lula diz ao NYT que Trump não pode misturar briga política com negociação comercial

Lula disse que, se o presidente norte-americano o conhecer, "ele vai saber que eu sou 20 vezes melhor" que o ex-presidente Jair Bolsonaro

30 jul 2025 - 09h10
(atualizado às 09h47)
Presidente Lula
Presidente Lula
Foto: Reuters/Adriano Machado

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse em entrevista ao jornal norte-americano The New York Times publicada nesta quarta-feira, 30, que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, não pode confundir briga política com negociação comercial, a poucos dias da entrada em vigor de tarifas comerciais de 50% sobre os produtos brasileiros anunciadas por Trump no início do mês.

Lula disse que não sabe o que Trump ouviu sobre ele, mas garantiu que, se o presidente norte-americano o conhecer, "ele vai saber que eu sou 20 vezes melhor" que o ex-presidente Jair Bolsonaro.

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"Acho que é importante o presidente Trump considerar: se ele quer uma briga política, então vamos tratar isso como uma briga política. Se ele quer falar sobre comércio, vamos sentar e discutir comércio", disse Lula ao jornal.

Trump anunciou as tarifas sobre o Brasil em carta endereçada a Lula e publicada em sua rede social no dia 9 de julho. Na ocasião, o presidente dos EUA usou como justificativa um inexistente déficit comercial norte-americano com o Brasil -- na verdade, os Estados Unidos têm superávit na relação comercial --, decisões judiciais que avaliou como injustas contra big techs e o que classificou de "caça às bruxas" contra Bolsonaro.

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Na carta, Trump afirma que Bolsonaro é alvo de perseguição política e afirma que isso precisa parar "imediatamente".

Na entrevista, Lula disse que não vai "chorar sobre o leite derramado" se as tarifas norte-americanas entrarem em vigor na sexta e disse que o Brasil buscará vender seus produtos para outros países, lembrando que o país tem "uma relação comercial extraordinária com a China", atualmente principal parceiro comercial do Brasil, à frente dos EUA.

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"Se os Estados Unidos e a China querem ter uma guerra fria, não vamos aceitar isso. Não tenho preferência. Tenho interesse em vender para quem quer que queira comprar de mim, para quem pagar mais", afirmou, de acordo com o jornal.

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