Inflação ao consumidor no Japão em abril supera a meta pela 1ª vez em 7 anos

20 mai 2022 - 07h53

O núcleo da inflação no Japão em abril superou pela primeira vez em sete anos a meta de 2% do banco central, mas somente graças ao aumento dos custos de importação, não à forte demanda interna que o banco central vem tentando reanimar.

Loja em Tóquio
20/05/2022. REUTERS/Kim Kyung-Hoon
Loja em Tóquio 20/05/2022. REUTERS/Kim Kyung-Hoon
Foto: Reuters

Ainda assim, o aumento de 2,1% do núcleo do índice de preços ao consumidor divulgado nesta sexta-feira reforça o ceticismo do mercado de que o Banco do Japão vai manter sua política monetária ultrafrouxa, especialmente porque as famílias estão sofrendo com os custos crescentes sem aumento substancial dos salários.

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O núcleo da inflação exclui os preços voláteis de alimentos frescos, mas não a energia, que disparou por causa da guerra na Ucrânia. O mesmo aconteceu com os custos de outras commodities, que afetam os preços dos alimentos não frescos, outro motor da inflação.

Esse é o nível mais alto desde 2015 ou, excluindo um período de meados de década afetado por um aumento no imposto sobre vendas, desde 2008.

Durante anos, a inflação teve dificuldades para chegar até mesmo a 1%, apesar dos esforços do banco central.

Mas analistas disseram que finalmente superar a meta agora não é um grande motivo de comemoração, porque os custos da energia e de outras commodities influenciaram o resultado.

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"Os atuais aumentos de preços decorrem dos custos maiores de importação. Se você olhar para a situação geral, isto significa que a inflação é um fardo para as empresas e para as famílias", disse Taro Saito, pesquisador do Instituto de Pesquisa NLI.

"Se os salários subissem, as famílias poderiam esperar uma renda real mais alta, mas eles não estão subindo, então as famílias estão sendo impactadas negativamente."

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