Haddad apresentou a Lula medidas para mitigar os impactos do tarifaço dos EUA, como foco em garantir ajuda às empresas sem comprometer a meta fiscal e buscando soluções diplomáticas e parcerias com governadores.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou já ter enviado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) as sugestões de medidas que podem ser tomadas pelo governo para mitigar o efeito do tarifaço de 50% dos Estados Unidos sobre o Brasil. Em conversa com jornalistas nesta sexta-feira, 1º, Haddad disse que o plano foi elaborado com o apoio do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB).
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Apesar de Lula ainda não ter deliberado sobre as sugestões, o ministro adiantou que as medidas devem ser focadas na ajuda aos setores mais afetados pelo tarifaço.
"Nós estamos calibrando, junto com sindicatos de trabalhadores, junto a sindicatos patronais, junto à Casa Civil, estamos calibrando os números. Por exemplo, [calibrando] o volume de recursos necessários para socorrer essas empresas afetadas num primeiro momento", afirmou.
Haddad acrescentou que nem todas empresas irão requerer essa "ajuda adicional" do governo, porque teriam espaço para redirecionar sua produção. "Inclusive, o mercado interno está aquecido. A demanda por produtos alimentares está crescendo no Brasil, a renda está crescendo no Brasil, o desemprego está na mínima histórica. Então você tem aqui no mercado doméstico uma opção", defendeu.
Com relação a essa tal ajuda, Haddad assegurou que as medidas levantadas pela Fazenda não vão impactar a meta fiscal que precisa ser cumprida pelo governo.
O ministro também afirmou que está chamando os governadores dos Estados para que apresentem propostas de parceria com o governo federal.
"Eu vou receber o governador do Ceará porque ele quer um apoio para compra de produtos alimentícios para merenda do Estado do Ceará. Pelo que entendi, ele vai apresentar uma pequena mudança legislativa que seria necessária.... Essas parcerias são muito importantes. Então, o governador que quiser vir para Brasília para fazer parceira, no sentido de socorrer a sua indústria, nós vamos estar aqui", disse Haddad.
O chefe da Fazenda complementou que ainda está buscando os meios diplomáticos para negociar a taxação diretamente com os EUA. Ele disse estar disponível "dia e noite" para conversar com Scott Bessent, secretário do Tesouro dos Estados Unidos, mas que dependia de um retorno do norte-americano.
Além disso, Haddad afirmou que o Brasil pode recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC), assim como as empresas brasileiras e norte-americanas têm a opção de buscar a Justiça dos EUA.