Indústria e exportadores pedem negociação e rejeitam retaliação a tarifaço de Trump

Estudo da Amcham mostra que 88% dos empresários querem negociação, sem medidas de reciprocidade; nota da CNI vai no mesmo caminho

31 jul 2025 - 12h22
(atualizado às 13h03)
Resumo
Empresários e a CNI defendem negociação em vez de retaliação à sobretaxa de Trump, propondo medidas para mitigar impactos e buscando diálogo com empresas e governo dos EUA.
Exportadores temem que haja piora das relações com os EUA caso haja retaliação do governo brasileiro
Exportadores temem que haja piora das relações com os EUA caso haja retaliação do governo brasileiro
Foto: Tânia Rego/Agência Brasil

Empresários brasileiros não querem que o governo retalie a sobretaxa de 50% confirmada por Donald Trump em um decreto na última quarta-feira, 30. Ao menos isso é o que mostra uma pesquisa feita pela Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham), entre os dias 24 e 30 de julho, antes da publicação da ordem executiva por Trump, e uma manifestação da Confederação Nacional da Indústria (CNI). 

Segundo a Amcham, 88% dos respondentes à pesquisa defendem que o melhor caminho é negociar, sem recorrer a medidas de reciprocidade. E 86% avaliam que uma possível retaliação causaria agravamento das tensões com os EUA e redução do espaço para diálogo. Ao todo, representantes de 162 companhias foram ouvidas. 

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Na mesma linha de pensamento, a CNI divulgou uma nota, ainda na noite de quarta, 30, em que diz que 'descarta a possibilidade de retaliação', apesar de a tarifa comprometer cadeias produtivas, reduzir a produção e ameaçar empregos.

“Não há justificativa técnica ou econômica para o aumento das tarifas, mas acreditamos que não é hora de retaliar. Seguimos defendendo a negociação como forma de convencer o governo americano de que essa medida é uma relação de perde-perde para os dois países, não apenas para o Brasil”, disse o presidente da CNI, Ricardo Alban. 

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A confederação enviou ao governo federal uma proposta com oito medidas que poderiam ser adotadas para atenuar os efeitos das tarifas sobre as empresas, como concessão de crédito a juros mais baixos e o adiamento de pagamento de tributos. A relação foi entregue ao ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e vice-presidente Geraldo Alckmin

A CNI também anunciou que está organizando uma missão empresarial aos Estados Unidos para aproximar empresas brasileiras e americanas, que mantêm relações comerciais. Segundo a confederação, o objetivo é "promover a sensibilização mútua sobre os impactos negativos do tarifaço e ampliar canais de interlocução" e não há intenção de interferir nas negociações entre os governos. 

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Fonte: Redação Terra
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