Governo terá déficit de 0,8% do PIB em 2026 e não cumprirá meta, estima a Warren

Gestora calcula que seriam necessários R$ 53,8 bilhões em cortes nas despesas discricionárias para cumprir meta do período, mas avalia que contenção seria 'inviável'

9 jul 2025 - 12h44

O Governo Central deve registrar déficits de 0,6% e de 0,8% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2025 e em 2026, respectivamente, mas só conseguirá cumprir a meta fiscal neste ano, mesmo considerando o abatimento dos precatórios excedentes do cálculo da meta em 2026, segundo estimativas da Warren.

Em relatório, a Warren calcula que o déficit do Governo Central neste ano será de R$ 76,3 bilhões, e que em 2026 chegará a R$ 108,9 bilhões.

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A meta fiscal deste ano é de resultado equilibrado para as contas públicas, e a do próximo ano é de um superávit de 0,25% do PIB (R$ 34,3 bilhões). Em ambos os casos há margem de tolerância para mais ou para menos, mas, no caso de 2026, o piso proposto é um déficit zero.

A Warren estima que seriam necessários R$ 53,8 bilhões em cortes nas despesas discricionárias para cumprir a meta do período, mas avalia que essa contenção de despesas seria "inviável".

De 2027 até 2034, o desempenho das contas públicas estará condicionado à abrangência do ajuste fiscal a ser adotado, o que implica três cenários distintos para este período: base, inércia e ajuste.

No cenário base, o déficit público passa a cair continuamente frente ao 0,8% do PIB, de 2026, mas chega ao equilíbrio apenas em 2031-2032. A dívida pública cresce em todo período considerado, embora com incrementos decrescentes.

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No cenário de inércia, as regras fiscais são inviabilizadas e o déficit primário aumenta de 0,8% para 2% do PIB entre 2026 e 2034, com a dívida pública alcançando 111,5% do PIB ao fim do período.

No cenário de ajuste, o resultado primário se equilibra em 2027 e chega a 2030 como um superávit de 1,9% do PIB. A dívida pública chega a um teto de 92,7% do PIB em 2030 e dali em diante passa a cair, até alcançar 88,2% do PIB em 2034.

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