A cantora Paula Fernandes se manifestou a respeito de um vídeo publicado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro sobre relacionamentos abusivos. O post foi feito em meio a uma tentativa de conscientização governamental anti machismo para impedir a alta na taxa de feminicídio que, neste ano, ultrapassou a maior marca na história do Brasil.
O MP publicou um relato em que a modelo Mariana Goldfarb, ex de Cauã Reymond, desabafa sobre um relacionamento tóxico que viveu. Nos comentários, a cantora sertaneja diz ter passado por algo semelhante.
"Nossa! Incrível como você descreveu exatamente o que eu já vivi. Estou chocada!", disse ela.
No vídeo, Mariana contou que começou a sentir no próprio corpo os efeitos da violência psicológica que vivia. Ela descreveu "queda de cabelo, olho tremendo, falta de apetite, anorexia, essas coisas… Essa tortura psicológica que aparece através do tratamento de silêncio, que é insuportável". Segundo a modelo, tudo era feito para desestabilizá-la: "É tudo sobre controle".
Ela disse que a relação sempre pareceu frágil. "Eu nunca sabia direito o que viria. Era sempre um pisar em ovos e uma coisa muito extenuante, fazer de tudo para que as coisas o dia terminassem bem. E não vai terminar bem", afirmou.
Mariana também relatou que o ex-namorado buscava afastá-la de pessoas importantes. "A partir do momento que você tem um entorno, fica mais difícil de te manipular. Se for cortando essas pessoas que são tão importantes para você, que te lembram quem você é, você fica muito mais vulnerável."
Segundo ela, tudo ao redor era alvo de críticas. "Não tinha amizade presta. Todas são ruins, todas são invejosas, todas tão com ciúmes, todas tão querendo ser você. A tua família também não presta."
A modelo explicou ainda como o ciclo psicológico da violência dificulta a saída. "Existe ali uma coisa de dependência que acaba aparecendo também. O problema dessa relação é que ela vai na tua identidade, na maneira como você se enxerga no mundo, a maneira como você é. A partir do momento que você não sabe mais o que é você e o que é o outro, você não sabe mais da tua identidade, e como você chega, você se torna um zumbi."
Por fim, afirmou que romper a dinâmica abusiva exigiu força. "Eu demorei anos, não é fácil, mas eu venho pra dizer que esse ciclo existe, que ele é possível, que ele não é utópica, tem gente que consegue. E por que você não vai conseguir?"
