URGENTE
Saiba como doar qualquer valor para o PIX oficial do Rio Grande do Sul

Diretor do Google Brasil defende privacidade e navegação anônima

2 set 2013 - 13h07
(atualizado às 16h00)
<p>Fabio Coelho, diretor-geral do Google Brasil, afirma que confiança é "um dos grandes ativos" da companhia</p>
Fabio Coelho, diretor-geral do Google Brasil, afirma que confiança é "um dos grandes ativos" da companhia
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra

Ainda é possível navegar anonimamente na internet, e é "errada" a percepção de que nossos e-mails são espionados, defende Fabio Coelho, diretor-geral do Google no Brasil. A gigante da internet esteve entre as empresas alvo de críticas recentemente, após reportagens do jornal britânico The Guardian - com base em documentos vazados pelo ex-técnico da CIA Edward Snowden - revelarem vínculos entre essas empresas e o esquema de vigilância montado pela agência de segurança americana NSA.

Em entrevista à BBC Brasil durante congresso da BM&FBovespa, no final de semana, em Campos do Jordão (SP), Coelho não comentou as revelações de Snowden, mas declarou que "não há quebra de privacidade" no Google. No Brasil, o tema está em discussão no Congresso com o projeto do Marco Civil da Internet, que deve regular questões como privacidade online e retirada de conteúdo da web.

Publicidade

Sobre a "percepção errada" a essa respeito, o diretor-geral do Google no Brasil afirma que veio de "muita desinformação e uma tentativa de trazer para discussão um tema que não é central". "Logicamente o Gmail é uma plataforma enorme, que tem uma base de usuários gigantesca, há uma preocupação de que os termos de privacidade sejam bem conhecidos por todos", afirmou.

Coelho também garantiu que a confiança é "um dos grandes ativos do Google" e que a companhia continuará com atividades pra que os usuários conheçam as "opções de privacidade disponíveis na plataforma". "(Mas), como todo assunto da internet é um assunto novo, é um processo em andamento", ponderou.

"O Google tem políticas de privacidade muito claras, e nosso objetivo é trazer isso à luz para que as pessoas possam saber quando elas querem navegar com determinados elementos que permitem que a navegação se transforme em serviços e em entendimento dos seus hábitos ou quando querem navegar anônimas, o que também é uma opção. O Google sempre divulgou os pedidos feitos pelo governo, por meio de seu relatório de transparência."

Os pedidos, aliás, têm crescido, segundo Coelho. "As autoridades têm de fazer os pedidos da forma correta e respeitando o devido processo legal, e entregamos os dados quando consideramos que se esgotaram todas as instâncias", explicou.

Publicidade

O diretor-geral do Google no Brasil evitou comentar sobre o esquema da NSA de espionagem em massa, o que teria ocorrido com a conivência de algumas gigantes da tecnologia, entre elas a de Mountain View. "Não podemos discutir o que existe de acordo entre o governo americano e empresa (Google) americana quanto à divulgação de dados", afirmou.

Em relação aos pedidos de retirada de conteúdo do YouTube, o site de vídeos do Google, Coelho explicou que existe uma tendência de que, quanto mais conteúdo, mais pedidos de remoção sejam feitos. "Somos a favor da liberdade de expressão, com respeito às leis do país. Seguimos o devido processo legal. Mas há no YouTube cem horas de (adição) de conteúdo por minuto. É uma plataforma libertadora. É uma plataforma com um bilhão de usuários".

Sobre a cultura da privacidade na internet, o executivo entende que "é um processo de amadurecimento, como qualquer processo digital, em que vamos de (uma fase) de baixo conhecimento para (outra de) mais conhecimento, o que é saudável". Coelho vai mais longe, e afirma que o usuário "pode existir incógnito na web sem ninguém o perceber". "Você começa (pelas configurações) de child safety (segurança para a navegação de crianças) e avança até ficar completamente incógnito", diz.

Sobre as tendências no Brasil, Coelho diz serem muitas, e destaca o sistema operacional mobile Android, pelo crescimento que o mercado brasileiro tem no segmento de smartphones. "E o YouTube, que representa a democratização da produção e do consumo de conteúdo, produzido por pequenas, médias e grandes organizações ou por pessoas", completa. "O Brasil é um dos cinco maiores mercados para o YouTube no mundo e tende a ficar entre os três maiores."

Publicidade

BBC News Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização escrita da BBC News Brasil.
Fique por dentro das principais notícias
Ativar notificações