Durante séculos, as mulheres foram sistematicamente apagadas da história, especialmente na ciência. Mesmo quando desempenharam papéis fundamentais em grandes descobertas, seus nomes foram deixados de lado, e o crédito, muitas vezes, entregue a homens que se beneficiaram de seu trabalho. Um exemplo é o caso da química e cristalógrafa Rosalind Franklin, a primeira pessoa a descobrir a estrutura do DNA, o código genético fundamental para a vida.
Em 1953, a revista Nature publicou um artigo de James Watson e Francis Crick, da Universidade de Cambridge, que descrevia o formato do DNA como uma dupla hélice. A descoberta lhes rendeu o Prêmio Nobel de Medicina de 1962, ao lado de Maurice Wilkins. Mas o que ninguém comenta é que a principal chave dessa descoberta, uma fotografia do DNA que confirmou a forma helicoidal da molécula, foi feita por Rosalind Franklin. A imagem foi mostrada aos cientistas sem que ela soubesse que seus dados estavam sendo usados.
Setenta anos depois, em 2023, a Nature trouxe essa história à tona novamente. Um artigo escrito por Matthew Cobb e Nathaniel Comfort revelou documentos e anotações que comprovam a autoria de Rosalind Franklin, questionando a narrativa oficial que a tratava como coadjuvante da descoberta. James Watson, que morreu em 6 de novembro de 2025, Além do "roubo" de ideias, teve sua trajetória marcada não apenas pelo "roubo" de ideias, mas também por declarações racistas e preconceituosas - entre elas, a de que homens brancos seriam ...
Matérias relacionadas