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Ataques de raiva aumentam risco de infarto e AVC

Estudo nos EUA demonstra que ataques de raiva, com 8 minutos de duração, aumentam o nível de enrijecimento das artérias e elevam risco de infarto e de AVC

8 mai 2024 - 14h00
(atualizado às 16h27)

Quem nunca teve um ataque de raiva na vida? As situações estressantes podem nos deixar furiosos, mas esta explosão de nervos pode comprometer temporariamente a saúde do coração, o que está relacionado com o aumento de risco de um episódio de infarto (ataque cardíaco) ou Acidente Vascular Cerebral (AVC), também conhecido popularmente como derrame. Até onde se sabe, os efeitos são passageiros. 

Foto: Usman Yousaf/Unsplash / Canaltech

O impacto dos ataques de raiva nas doenças cardiovasculares foi medido por pesquisadores da Universidade de Columbia e da Universidade de Missouri, ambas nos Estados Unidos, durante um estudo observacional.

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Nas análises, foram considerados apenas os efeitos de ataques de raiva breves, com duração de 8 minutos, em pessoas saudáveis. Ainda não se sabe se o impacto de períodos mais prolongados de fúria e nem se as complicações temporárias são maiores em indivíduos com comorbidades.

Relação entre raiva, infarto e AVC

Até então, a ciência nem compreendia exatamente como a raiva poderia complicar a saúde do coração. "Há muitos dados que mostram que a raiva aguda aumenta o risco de infartos, mas o mecanismo pelo qual isso acontece não era realmente compreendido", comenta Suzanne Arnold, médica cardiologista e pesquisadora da Universidade de Missouri, em nota. 

Estudo descobre como a raiva faz mal ao coração e aumenta o risco de doenças, incluindo infarto e AVC (Imagem: Alexstand/Envato)
Foto: Canaltech

Para entender melhor: "a raiva faz mal ao funcionamento dos vasos sanguíneos", afirma Daichi Shimbo, médico cardiologista e cientista da Universidade de Columbia. "Isso prejudica a função das artérias, o que está ligado ao risco futuro de ataque cardíaco", acrescenta.

De forma mais detalhada, os ataques de raiva prejudicam a capacidade de dilatação dos vasos sanguíneos, temporariamente. Com o enrijecimento das artérias — condição que afeta o tecido endotelial, conhecido como aterosclerose —, o risco de um infarto ou mesmo AVC aumenta.

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Risco dos ataques de raiva

Publicado na revista Journal of the American Heart Association, o estudo envolveu a análise dos efeitos de diferentes sentimentos no organismo em 280 adultos saudáveis, sem nenhum histórico de doença do coração.

No experimento, todos os recrutados passaram por uma sessão de relaxamento de 30 minutos. Em seguida, foram coletados dados médicos, como pressão arterial, frequência cardíaca e avaliação da condição das células do endotélio — aquelas que revestem os vasos sanguíneos.

Após essa primeira etapa, os participantes foram divididos aleatoriamente em quatro grupos. Cada grupo foi estimulado a vivenciar um sentimento, como raiva, ansiedade e tristeza, além do grupo controle (que ficou emocionalmente neutro). No caso da raiva, era preciso relembrar em voz alta memórias em que ficaram furiosos por 8 minutos. 

Depois dessa sessão, os dados médicos foram novamente coletados em quatro intervalos de tempo: 3 minutos após a experiência, 40 minutos, 70 minutos e 100 minutos.

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Segundo os pesquisadores, os participantes que experimentaram a raiva tiveram uma diminuição em mais da metade da capacidade de dilatação dos seus vasos sanguíneos em comparação com aqueles que não vivenciaram nenhuma emoção (neutros). Inclusive, o pico do problema foi registrado 40 minutos após o ataque de raiva.

Como isso aumenta o risco de infarto, mesmo que temporariamente e de forma moderada, a recomendação é aprender formas de lidar com a raiva no dia a dia. Entre as possíveis medidas, estão a inclusão de atividades físicas regulares e a busca de apoio psicológico em sessões de terapia, em casos mais críticos.

De forma diferente da raiva, as sensações de tristeza e ansiedade não provocaram mudanças fisiológicas nas artérias. Em outras palavras, nenhum risco associado aos problemas do coração foram identificados.

Fonte: Journal of the American Heart Association e AHA  

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