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Dois meses, 250 casas: grafiteiros pintam favela inteira na Grande São Paulo

Grafites cobertos com resina podem durar até dez anos na favela Barra de São Miguel, em Guarulhos, conhecida pelo aeroporto

8 dez 2025 - 13h29
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Resumo
Sete grafiteiros realizaram um projeto transformador na favela Barra de São Miguel, em Guarulhos, pintando 250 casas em dois meses, com apoio da comunidade local, trazendo vida e dignidade ao ambiente.
O impacto estético reflete na autoestima dos moradores, que perderam a vergonha de chamar visitas para a favela da Barra.
O impacto estético reflete na autoestima dos moradores, que perderam a vergonha de chamar visitas para a favela da Barra.
Foto: Divulgação

Sete grafiteiros acabam de entregar o maior trabalho de suas vidas: a pintura, inteira, da favela Barra de São Miguel, em Guarulhos, na Grande São Paulo. São 250 casas, quase mil moradores, num rolê que durou dois meses de trabalho intenso – fora a preparação anterior, que incluiu reunião para autorização da comunidade.

“Nunca tinha passado por essa experiência e achei muito louco. As pessoas que fazem alguma coisa pelo bairro vieram até a gente para saber, ouvir nossa proposta, fazer perguntas. É um cuidado mesmo pela quebrada”, diz Adriano da Silva Figueiredo, o Adriano Bizonho, que assina Bizonho nos grafites da cidade.

“A gente precisou da água dos moradores para misturar a tinta, lugar para guardar o material. Imagine a quantidade de material. Às vezes, era uma casa super pequena, mas eles falavam: tem um espacinho aqui. O mais louco de pintar em comunidade é que eles oferecem o melhor que têm, oferecem de coração”, diz Bizonho.

A comunidade apoiou o trabalho guardando os materiais do grafiteiros, e cercando os artistas de gentilezas como cafezinho e água.
A comunidade apoiou o trabalho guardando os materiais do grafiteiros, e cercando os artistas de gentilezas como cafezinho e água.
Foto: Divulgação

“Achamos surreal”, diz moradora da favela da Barra

A empreitada utilizou 864 litros de tinta látex. Para pintar, foram 60 rolos e 160 latas de spray. Visando a conservação das pinturas, foi aplicada uma resina para dar acabamento. Além de dar brilho às imagens, ela pode conservar os grafites por até dez anos, dependendo das condições da parede. Foram 320 litros de resina.

Uma das moradoras que se aproximou dos grafiteiros é Edykelly Fernanda dos Santos, 34 anos. “Os meninos foram uma benção pra nós, são muito humildes e simpáticos, todos nós só temos a agradecer a eles por depositarem todo amor e carinho em forma de pintura aqui na comunidade, só temos a agradecer”.

Ela mora há sete anos na Barra. “Tanto eu quanto os outros moradores achamos surreal a diferença. O que antes não tinha vida e muitas vezes as pessoas tinham até medo ou v

A favela Barra de São Miguel, em Guarulhos, na Grande São Paulo, tem 250 casas e 966 moradores, segundo o IBGE.
A favela Barra de São Miguel, em Guarulhos, na Grande São Paulo, tem 250 casas e 966 moradores, segundo o IBGE.
Foto: Divulgação

Artistas nunca tinham pintado uma favela inteira

Durante dois meses, o tempo todo os moradores serviam água, café, refrigerante, bolinho. Os grafiteiros vivenciaram cenas emocionantes, como um pai chorando ao ver a dupla de rosas pintadas no portão, que lembrava da filha. Ou o cara que lembrou da professora que mudou sua vida, transformando-o em um sujeito menos rude, menos machista.

“Era feio, era desumano. Quando você vê o jeito que ficou, você se pergunta por que que todo mundo não tem acesso a isso. Já que não conseguem dar moradia decente pras pessoas, deviam pelo menos investir para melhoras de algum jeito”, diz Bizonho – ele pede que suas declarações sejam atribuídas ao coletivo que grafitou a favela da Barra.

Dos sete artistas, três são parceiros de negócio. Bizonho mora no Cangaíba, zona leste. Com décadas pintando muros, há seis anos ele montou, junto Helder Holiveira e Gelson Salvador, a empresa de grafitagem OsXtres. Fazem trabalhos em muros, becos, vielas, escolas, empresas. Vivem da arte do grafite, mas nunca tinham pintado uma favela inteira.

Fonte: Visão do Corre
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