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Com nome de revolucionário, Emiliano Zapata luta por cinema periférico

Diretor de programa de incentivo ao cinema nas periferias paulistanas quer mercado “mais comprometido com o Brasil real”

19 jun 2025 - 08h29
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Resumo
Seu trabalho é promover políticas públicas para democratizar o acesso ao cinema nas quebradas, valorizando produção local e a inclusão, como forma de reparação histórica e justiça audiovisual. Nome foi dado pelo pai, envolvido com revoluções latinoamericanas.
Fomentar exibição, produção e circulação de cinema na periferia é a missão revolucionária de Emiliano Zapata em São Paulo.
Fomentar exibição, produção e circulação de cinema na periferia é a missão revolucionária de Emiliano Zapata em São Paulo.
Foto: Flora Negri

Emiliano Zapata, 34 anos, cria de São Miguel Paulista — quebrada fortemente nordestina na zona leste da capital paulista —, é diretor da Spcine, empresa de fomento ao audiovisual da Prefeitura de São Paulo. Atua em políticas públicas de incentivo ao cinema nas periferias e explica por que considera o acesso ao audiovisual uma “reparação histórica”.

Antes dessa explicação, oportuna no Dia do Cinema Brasileiro, é bom dizer logo que o nome Emiliano Zapata, o mesmo do revolucionário mexicano, foi dado pelo pai, inspirado no livro As Veias Abertas da América Latina. O brasileiro integrou um grupo muito próximo do ex-presidente do Uruguai, Pepe Mujica, e do próprio autor do livro, Eduardo Galeano.

O homenageado não deixou por menos naquilo que o nome inspira, os corres sociais. Descobriu a paixão pela sétima arte na infância e, na vida adulta, seu propósito de vida passou a ser promover “justiça audiovisual”, ou seja, democratizar o acesso em territórios periféricos. Ele explica melhor na entrevista ao Visão do Corre.

Exibições de cinema nos CEUs de São Paulo atraem moradores e promovem "justiça audiovisual", diz Zapata.
Exibições de cinema nos CEUs de São Paulo atraem moradores e promovem "justiça audiovisual", diz Zapata.
Foto: Divulgação

Vamos começar com a história do cinema que fechou ao lado da sua casa.

Quando fechou o cinema em São Miguel, ficou tudo muito mais complicado. Criou-se mais uma barreira. Digo por essa coisa geográfica mesmo: na minha cabeça de criança, a distância até o cinema passou a ser muito maior, porque antes era literalmente do lado da minha casa, e passou a não ser mais.

O cinema foi para o centro.

Por décadas, a lógica de concentração das salas de exibição em regiões centrais impôs um modelo de acesso cultural profundamente desigual. Vastas parcelas da população foram sistematicamente excluídas do direito à fruição audiovisual. Democratizar o acesso ao cinema nas periferias é, antes de tudo, um ato de reparação histórica.

Resuma seu trabalho com cinema as periferias.

Não se trata apenas de levar filmes onde não há cinemas — trata-se de garantir que esses territórios também produzam, escolham, programem e ocupem os espaços da imagem.

Como ficam as exibições de rua que já existem?

Nosso papel não é substituir essas iniciativas, mas somar forças, garantir estrutura, visibilidade e sustentabilidade a quem constrói cinema nos territórios há muito tempo.

Qual o resultado simbólico do cinema na periferia?

O cinema tem um papel simbólico poderoso: ele forma imaginários, constrói pertencimentos e disputa narrativas. Quando crianças da periferia se veem na tela, em sua linguagem, com seus dilemas e potências, isso tem um impacto transformador.

O que seria “justiça audiovisual”?

É reconhecer que cultura não é privilégio, é direito. É transformar o audiovisual num ecossistema justo e inclusivo, investir em capacitação técnica, formação crítica e acesso a redes de produção, especialmente para pessoas negras, periféricas, indígenas, LGBTQIA+ e com deficiência. Democratizar o cinema é uma questão de cidadania.

Fonte: Visão do Corre
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