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Grupo teatral completa 20 anos contando histórias de um bairro da periferia de SP

Pesquisa sobre memória do território de Perus, na zona noroeste da capital paulista, é a base do trabalho de duas décadas

4 dez 2025 - 08h05
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Resumo
Um dos espetáculos mais conhecidos do grupo é COMUM, que fala da ditadura militar e da descoberta, em 1990, da vala clandestina no Cemitério Dom Bosco, em Perus, onde mais de mil ossadas de desaparecidos políticos foram encontradas muitos anos depois.
Grupo de Teatro Pandora, de Perus, zona noroeste de São Paulo, conta histórias de um bairro histórico na capital paulista.
Grupo de Teatro Pandora, de Perus, zona noroeste de São Paulo, conta histórias de um bairro histórico na capital paulista.
Foto: Divulgação

Não é todo dia que um grupo de teatro periférico completa 20 anos, ainda mais dedicando seu trabalho a pesquisar e contar as histórias da sua própria quebrada. O Grupo Pandora de Teatro, de Perus, zona noroeste de São Paulo, chega a essa marca consolidando uma relação profunda com a comunidade. 

Entre os espetáculos mais conhecidos está COMUM, que fala da ditadura militar e da descoberta, em 1990, da vala clandestina no Cemitério Dom Bosco, em Perus, onde mais de mil ossadas de desaparecidos políticos foram encontradas muitos anos depois.

Outro trabalho importante é Relicário de Concreto, que lembra a Fábrica de Cimento Portland Perus e a Greve dos Queixadas (1962-1969), a greve operária mais longa da história do Brasil. Foram sete anos de luta, com cerca de 3.500 trabalhadores enfrentando repressão, mas mantendo firmeza com resistência e tática não violenta.

Sede do Grupo Pandora, a Ocupação Artística Canhoba. Prédio construído pela Prefeitura de São Paulo estava abandonado.
Sede do Grupo Pandora, a Ocupação Artística Canhoba. Prédio construído pela Prefeitura de São Paulo estava abandonado.
Foto: Divulgação

Ações sociais do grupo teatral em Perus

Para além dos espetáculos, o grupo também agita a quebrada com ações como o Ato Artístico Coletivo Perus, festival que leva cultura de graça para a galera e aproxima a comunidade da criação artística. Em sua última edição, o evento celebrou os nove anos da Ocupação Artística Canhoba, mostrando como o espaço se tornou um ponto de encontro e resistência. 

Sede do grupo, a Ocupação Artística Canhoba nasceu de uma ocupação criativa. O prédio foi construído pela Prefeitura de São Paulo em 2010, mas ficou abandonado e nunca cumpriu sua função social. Em 2016, o Grupo Pandora, junto com moradores e outros coletivos, tomou a frente da revitalização. A Ocupação virou um polo cultural aberto para a galera do bairro.

Além de receber os espetáculos do grupo, o espaço abriga apresentações de várias linguagens artísticas e mantém uma programação gratuita para crianças, jovens e famílias. O Curso de Teatro Pandora, por exemplo, aproxima a juventude e formas novos atores e atrizes. O projeto já gerou frutos com a criação de novos coletivos teatrais no bairro. 

Apresentações gratuitas, cursos, eventos e outras iniciativas reafirmam o compromisso do Grupo Pandora com Perus.
Apresentações gratuitas, cursos, eventos e outras iniciativas reafirmam o compromisso do Grupo Pandora com Perus.
Foto: Divulgação

Documentário marca 20 anos de atuação em Perus

A Biblioteca Comunitária e o projeto Brincantes em Ação levam cultura e aprendizado para as famílias da comunidade. O grupo Pandora mantém diálogo constante com escolas públicas e abrigos de crianças e adolescentes, garantindo que a arte chegue pra todo mundo.

Essa trajetória pode ser vista no documentário Pandora 20 Anos, lançado pelo coletivo. Nele, o grupo nascido dentro do Programa de Teatro Vocacional da Prefeitura de São Paulo e formado por artistas da periferia mostra como a criação artística pode ser ponte entre passado e presente, memória e vida. 

Pandora 20 Anos reafirma o compromisso do coletivo com Perus: manter a história viva, o espaço de arte aberto e a galera da quebrada perto da criação. É a prova de que cultura feita na periferia é resistência, identidade e também futuro.

Fonte: Visão do Corre
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