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Mães criam grupo de apoio após terem filhos mortos pela PM no PR

Chamada de Justiça por Almas, rede de mulheres encoraja famílias a denunciarem violência policial

11 out 2022 - 05h00
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Mulheres buscam por apoio e justiça após perderam o filho
Mulheres buscam por apoio e justiça após perderam o filho
Foto: Divulgação

Um grupo de mães que tiveram os filhos executados pela Polícia Militar criou em Londrina (PR) um núcleo de apoio e justiça. A iniciativa conta com a participação de familiares de jovens que sofreram algum tipo de violência policial, de psicólogos que ajudam as famílias a lidarem com o trauma da morte, além de advogados que as apoiam na causa.

Em maio deste ano, Willian Jones Faramilio da Silva Junior, de 18 anos, foi morto ao lado do um amigo dentro do carro por um policial militar em uma ação que, segundo sua mãe, Hayda Melo da Silva, foi uma emboscada. O caso ocorreu na Rodovia Celso Garcia Cid - BR 445, em Londrina.

O jovem foi enterrado no dia das mães, e um mês e meio após o dia de sua morte já se iniciava a luta de uma mãe por justiça. 

“Tivemos a ideia, eu e outra mãe, criamos essa rede – chamada de Justiça por Almas – para identificar e apoiar outras famílias que tiveram jovens mortos da mesma forma. Fizemos isso para inibir essa violência policial”, relembra Hayda. 

Para Hayda, vendedora autônoma, essa foi a única forma de fazer justiça contra a morte do seu filho. "Eles forjam as mortes dos jovens. Mentem sobre os crimes. Só uma parte que morre, que fica ferida, e é sempre a nossa. Que tipo de confronto é esse? A partir daí nós criamos esse grupo para nos unir contra esse grupo de extermínio", relatou.

O perfil oficial do Instagram do Justiça Por Almas criado tem 1,6 seguidores, mas Hayda quer dar ainda mais visibilidade à sua iniciativa. No WhatsApp, o grupo conta com cerca de 40 pessoas, incluindo familiares e representantes de Direitos Humanos.

“Queremos ser espelho para outros grupos de apoio. Famílias são ameaçadas, intimidadas, principalmente as que moram na periferia. As pessoas, por medo, não vão atrás de justiça. Mas estamos aqui para acabar com esse medo”, comentou ela. 

https://www.instagram.com/justicaporalmas/?igshid=YmMyMTA2M2Y%3D 

A empresária Valdirene Inácio da Silva, mãe de Anderbal Campos Bernardo, morto ao lado de Willian, diz que o grupo de apoio tem sido importante para que as famílias tomem coragem de denunciar casos de mortes de jovens com envolvimento da Polícia Militar. Ela conta que seu filho dirigia o veículo em que foi alvejado com 19 tiros. 

Ela reforça que o apoio recebido por profissionais também é importante. “Temos  apoio psicológico, direitos humanos e espiritual, por orações. Nossa sociedade está doente, pois que deveria manter a ordem está matando as famílias”. 

Segundo ela, além de matarem os jovens, os policiais ameaçam as famílias. “Tiram nossa dignidade. Zombam da nossa cara. Eles estão acabando com os jovens. Por isso fazemos esse apelo para que as pessoas denunciem”. 

Fonte: Visão do Corre
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