‘O rap tem cor sim, tem sua origem’, diz Coruja BC1 em entrevista ao Podpah
Em podcast, rapper que é cria de Osasco fala sobre a representação negra no rap em 2016
Durante entrevista ao Podpah, o rapper Coruja BC1 relembra a invisibilidade de artistas negros dentro da cena mainstream do rap nacional. “Em 2016, é que a galera esquece fácil, a cena era outra, pra pessoas igual eu [negras], não tinha espaço”, disse ele, no papo que rolou na última segunda-feira (3).
Também durante a entrevista, ele destacou a importância de pontuar que o rap é preto, por essência. “Surgiu um movimento na época que dizia que o rap não tem cor, mas o rap tem cor sim, tem sua origem”, comentou para Igão e Mítico.
“Quando a gente vai fazer um sushi, a gente não fala que o bagulho é brasileiro por que um brasileiro preparou, tá ligado? A gente sabe que a origem é oriental. Então, por que outras pessoas estavam fazendo rap e falando que não era música negra?”, explicou, sobre o movimento de 2016, quando artistas negros tinham pouco espaço na cena.
Confira a entrevista completa:
Sobre Coruja BC1
Gustavo Vinicius Gomes de Sousa nasceu em um bairro da periferia de Osasco, na Grande São Paulo. Ali, teve contato com a cultura nordestina e ganhou de presente do avô um pandeiro. Aos oito anos, Gustavo mudou para Bauru, onde recebeu o apelido de Coruja.
Em junho de 2023, Coruja BC1 lançou o EP “Versão Brasileira Vol.1”, novo trabalho em que mistura drill, funk, reggae e elementos da música brasileira, com participações de Rincon Sapiência, MC Luanna, Febem, Akira Presidente, Sena MC e Neguinho do Kaxeta.
O álbum “Psicodelic”, de 2019, é um dos mais escutados do artista. Em 2022, o rapper lançou “Brasil Futurista”, o primeiro EP em parceria com a KondZilla, gravadora em que assinou contrato no fim de 2022.