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Começam hoje 5 oficinas de lambe-lambe na Cracolândia, em SP

Não precisa fazer inscrição para aprender técnica artística, tipicamente urbana, de produção e colagem de cartazes

15 fev 2024 - 08h58
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Em São Paulo, produção e reprodução de lambe-lambe é parte importante das manifestações visuais da arte urbana
Em São Paulo, produção e reprodução de lambe-lambe é parte importante das manifestações visuais da arte urbana
Foto: Divulgação

É só chegar: não paga nada, nem precisa se inscrever. Quem quiser aprender a técnica do lambe-lambe, arte urbana de cartazes artísticos e publicitários, muito comuns nos muros das grandes cidades, deve comparecer ao Teatro de Contêiner Mungunzá, na rua dos Gusmões, 43, pertinho da estação de Luz, em São Paulo.

Serão cinco oficinas, que acontecem hoje e amanhã, e nos próximos finais de semana, dias 22, 23 e 29 de fevereiro, sempre às 14 horas. 

Cada oficina dura quatro horas e começa apresentando um panorama do lambe-lambe em São Paulo. Aborda técnicas de impressão, de papel e de colagem, além das possibilidades de produção de carimbos poéticos, estêncil e serigrafia.

Léo Akio, da Cia. Mungunzá de Teatro, grupo do espaço onde vão rolar as oficinas, explica que elas contribuem “para a redução de danos, oferecendo um período de envolvimento criativo que distancia os participantes de possíveis situações de vulnerabilidade”.

Teatro de contêineres?

O Teatro de Contêiner, que abriga as oficinas, é de fato feito com enormes caixas de metal. Trata-se de uma ocupação artística que começou a ser planejada em 2016. Funciona em terreno antes ocioso, no qual os artistas investiram nove anos de economias para criar um espaço cultural-social.

As aulas são ministradas por Átila Fragoso, acostumado a trabalhar com produções artísticas em espaços de vulnerabilidade social, como é o caso da região da Cracolândia e da Santa Ifigênia, onde serão realizadas as oficinas.

Fragoso é membro do coletivo artístico Paulestinos (Paulista e Nordestino), que realiza intervenções, lambe-lambe, cenografias e vídeo-projeções pela cidade. Ele conversou com o Visão do Corre:

Acostumado a trabalhar com pessoas em situação de vulnerabilidade, Átila Fragoso realizará mais uma oficina de lambe-lambe na Cracolândia
Acostumado a trabalhar com pessoas em situação de vulnerabilidade, Átila Fragoso realizará mais uma oficina de lambe-lambe na Cracolândia
Foto: Divulgação

O que te deslumbra no lambe-lambe?

Ele é mais acessível, pode ser replicado. Replica a arte de outros artistas, podemos mandar o arquivo da arte para ser replicada em outra cidade ou outro país. 

Artistas devem atuar socialmente?

Independentemente de ser artista, todos devemos atuar socialmente e fazer algo relevante e necessário para a sociedade, como é o caso da arte pública, urbana. Quando ela está na rua, está para todos. Nos muros, ela extrapola os muros.

Qual o perfil do público que participa das oficinas?

São pessoas que seguem nosso trabalho, moradores do território da região da Luz e da Cracolândia, tanto de prédios, quanto em situação de vulnerabilidade. E mulheres do Coletivo Tem Sentimento.

De que forma a oficina de lambe-lambe modifica os participantes?

Modifica o olhar das pessoas em relação à arte urbana no espaço público. A gente mostra diversas formas de fazer um lambe-lambe, os tipos de impressão, entre outras técnicas, dando um horizonte maior para entender e começar a fazer. A intenção é de que as pessoas criem suas próprias artes.

Do ponto de vista da sua experiência com pessoas em vulnerabilidade social, onde as iniciativas erram e acertam?

Eu acho que onde mais erra é quando trata o problema da dependência química e da vulnerabilidade social como policial e de segurança. É um problema mais complexo que envolve moradia, trabalho, assistência social e cultura. Acerta mais quando vai para o atendimento individualizado.

Serviço

Oficinas de Arte Urbana.

Com Átila Fragozo – Coletivo Paulestinos.

Dias 15, 16, 22, 23 e 29 de fevereiro, quintas e sextas-feiras, das 15h às 19h (recepção e acolhimento dos participantes a partir das 14h).

Teatro de Contêiner Mungunzá. Rua dos Gusmões, 43, Luz, próximo à estação Luz do metrô.

240 minutos, livre, gratuito e sem inscrição prévia

Fonte: Marcos Zibordi Colunista do Visão do Corre
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