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Transparência nos dados é o primeiro passo na busca pela qualidade em saúde

Especialistas apontam, em debate, a importância de construir uma cultura de qualidade e segurança e de ouvir o paciente

31 mar 2023 - 00h11
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Seja para um check-up de rotina ou para um caso de maior complexidade, o que é importante considerar na hora de escolher o melhor serviço de saúde? O que o paciente pode esperar do atendimento ou do tratamento ao qual será submetido? Como uma intervenção cirúrgica realmente pode impactar a sua qualidade de vida?

Estadão Blue Studio
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Foto: Divulgação Estadão Blue Studio / Estadão

As respostas a essas perguntas nem sempre estão acessíveis aos pacientes, mas deveriam estar. Reunidos em um debate sobre qualidade hospitalar promovido pelo Hospital Israelita Albert Einstein na última semana, especialistas brasileiros e estrangeiros destacaram a importância da transparência sobre os dados que permitem avaliar o tratamento não só dentro do hospital, mas também após a alta, e de envolver cada vez mais o paciente em todo o processo.

"Uma organização que busca a entrega do melhor desfecho [resultado da assistência em saúde] deve saber informar seus indicadores de maneira adequada e usar todos os recursos para que essa informação seja compreensível", observou Sidney Klajner, cirurgião do aparelho digestivo e presidente do Einstein, durante um dos quatro painéis de discussão.

Pedro Delgado, vice-presidente do Institute for Healthcare Improvement (IHI), organização voltada para a promoção da qualidade em saúde em todo o mundo, destacou em sua fala que "os melhores hospitais do mundo compartilham dados e isso leva a melhorias". Com transparência sobre os indicadores referentes não só à segurança hospitalar, mas também à melhora clínica dos pacientes e sua satisfação pós-atendimento, o paciente tem informações valiosas para ajudar em suas escolhas.

Outra importante referência é o reconhecimento da organização de saúde expresso pelas acreditações internacionais conquistadas. O Einstein, que hoje possui mais de 17 selos de acreditação, sendo 14 deles internacionais, foi pioneiro em grande parte desses reconhecimentos no Brasil. Em 1999, a organização foi a primeira a receber, fora dos Estados Unidos, a acreditação da Joint Commission International (JCI), a mais importante em processos de qualidade e segurança em saúde.

Para assegurar que a qualidade reconhecida pelas acreditações seja realmente uma preocupação cotidiana, é preciso que os hospitais criem uma cultura interna focada nesse cuidado. "É preciso que todas as pessoas da organização estejam comprometidas com isso no seu dia a dia, e que haja o entendimento de todos de que qualidade e segurança são prioridades", afirmou Miguel Cendoroglo, diretor médico do Einstein.

Tecnologia e capacitação

Investimento em tecnologia e inovação é fundamental para oferecer o melhor cuidado, mas ele deve estar intimamente ligado a um esforço contínuo de formação e capacitação dos profissionais de saúde. "Talvez a cirurgia robótica represente o grande exemplo por meio do qual os investimentos se materializam numa técnica que, embora seja vantajosa, pode também trazer risco caso o hospital e seus profissionais não estejam preparados para colocar o robô em funcionamento", afirmou Klajner. "Essa cultura deve existir na organização. E, de tanto entendermos que a capacitação é fundamental, o Einstein se tornou um centro de certificação de robótica em diversas áreas."

Na oncologia e na cardiologia, temas debatidos em um dos painéis, a necessidade de formação das equipes multidisciplinares e de instalação de uma cultura de escuta do paciente nos hospitais é tão importante quanto os avanços nas técnicas e nos equipamentos.

"O câncer exige uma cadeia de cuidados impecável, que inclui diagnóstico, tratamento e pós-tratamento. Daí a dificuldade de criar centros de oncologia avançados, pois essa cadeia de excelência deve ser ancorada em eficácia e segurança", afirmou o oncologista Fernando Maluf, membro do Comitê Gestor do Centro de Oncologia do Einstein.

Para Linda Bosserman, oncologista do City of Hope, dos Estados Unidos, é essencial personalizar o tratamento para cada paciente oncológico, seja por meio das tecnologias genéticas, com a medicina de precisão, seja compartilhando com ele a decisão sobre seu cuidado. "É preciso explicar claramente quais são as opções de tratamento, com seus efeitos colaterais. É preciso entender as necessidades de cada paciente e qual a sua meta no enfrentamento do câncer, para que seja tomada uma decisão compartilhada", pontuou.

O cardiologista Edward Fry, que presidiu a American College of Cardiology no último ano, destacou que a cardiologia também tem visto uma explosão na área de pesquisa em novas tecnologias, terapias e abordagens, mas que um dos avanços mais importantes em termos de qualidade, na verdade, foi "dar um passo para trás nos indicadores mais técnicos e focar nos resultados reportados pelos pacientes".

"Como o paciente percebe que está? Saber isso é fundamental. Se você acha que a cirurgia foi um sucesso, mas o paciente se sente péssimo, isso não é qualidade. Então precisamos ouvir dos pacientes o que é qualidade para eles: se aliviou os seus sintomas, se atendeu às suas expectativas", disse Fry.

Ele ressaltou que, nos EUA, há uma importante rede de dados nacionais de cardiologia que já considera os dados relativos à experiência do paciente. Em 2012, o Einstein criou a Célula de Desfechos, que acompanha o estado de saúde inicial de um paciente, bem como sua evolução a longo prazo. Entre 2017 e 2022, quase 5 mil pacientes cardiovasculares foram acompanhados, e os resultados mostram que 99% dos pacientes admitidos com infarto agudo do miocárdio e com insuficiência cardíaca relataram estar "satisfeitos ou muito satisfeitos" com o resultado dos tratamentos.

"O paciente é o centro da atenção do time multiprofissional, que acolhe desde a fase pré-hospitalar até o pós-alta. Isso tem grande impacto nos desfechos e na qualidade de vida", explicou Fernando Bacal, coordenador do Programa de Insuficiência Cardíaca e Transplante do Einstein. Bacal destacou em sua fala os avanços, nos últimos anos, dos protocolos e das métricas do programa de cardiologia do hospital, equiparáveis aos melhores parâmetros internacionais. "Temos protocolos gerenciados, enfermeiras gerenciadoras, busca ativa dos casos, identificação da melhor prescrição e orientação e acompanhamento pós-alta, evitando reinternações", disse.

Melhor atendimento exige mudança de cultura

Einstein investe, há cinco décadas, na busca por práticas de qualidade que são referências mundiais.

Ter a segurança de que, ao entrar pela porta do hospital, você receberá o melhor tratamento e terá a mais eficiente recuperação possível, para retornar para suas atividades com qualidade de vida o quanto antes. Os caminhos que levam a garantir essa tranquilidade ao paciente exigem das organizações de saúde anos de investimento na formação dos profissionais e na mudança de cultura interna, envolvendo todos que são responsáveis pelo cuidado ao paciente.

A qualidade e a segurança do paciente sempre foram uma preocupação desde a fundação do Hospital Israelita Albert Einstein, em 1971. Nas décadas que se seguiram, o Einstein foi atrás das práticas adotadas nos melhores hospitais do mundo com o propósito de prover vidas mais saudáveis.

Assim, se tornou a primeira organização fora dos Estados Unidos a ser acreditada, em 1999, pela Joint Commission International, que atesta processos de qualidade e de segurança em saúde, e a primeira na América Latina a conquistar a designação de hospital Magnet, que reconhece a excelência na enfermagem. Hoje o Einstein possui 17 selos de acreditação, sendo 14 deles internacionais.

Garantir a excelência em qualidade e segurança se tornou uma obrigação, e o desafio atual do Einstein é avançar cada vez mais, com inovação e inteligência, na busca de indicadores que permitam olhar para toda a jornada do paciente, desde o diagnóstico até o pós-doença, considerando a sua satisfação e uma melhor qualidade de vida. Tudo isso com transparência na divulgação de todas as métricas referentes à assistência.

Essa é uma preocupação do Einstein para as unidades que gerencia tanto no sistema privado quanto no público. Com o propósito claro de buscar a equidade em saúde, a organização adota os mesmos protocolos e parâmetros de seu serviço privado nos três hospitais e 26 unidades ambulatoriais do SUS (Sistema Único de Saúde) que administra.

O compromisso do Einstein é estender o acesso à saúde ao maior número de pessoas, sem perder a qualidade e a excelência garantidas por seu ecossistema, que envolve assistência, ensino, pesquisa e inovação.

Foto: Estadão Blue Studio / Estadão
Foto: Estadão Blue Studio / Estadão
Evento promovido pelo Einstein com especialistas de diversas instituições debateu a qualidade na oncologia e na cardiologia
Evento promovido pelo Einstein com especialistas de diversas instituições debateu a qualidade na oncologia e na cardiologia
Foto: Divulgação Estadão Blue Studio / Estadão
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Estadão
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