Obesa mórbida passa por redução de estômago e não perde peso
Penny Saeger não consegue se levantar da cama e depende do marido até para fazer as próprias necessidades
A norte-americana Penny Saeger, de 46 anos, se submeteu a uma cirurgia bariátrica de risco, em uma tentativa de retomar o controle da própria vida. No entanto, apesar de dizer que seu tamanho a fazia se sentir morta, Penny falhou na tarefa de perder peso. Com 235 quilos, ela passou os últimos quatro anos deitada em uma cama hospitalar e depende do marido até mesmo para realizar suas necessidades básicas, além de não conseguir ser a mãe ideal para o filho pequeno. As informações são do jornal britânico Daily Mail.
Penny conta que qualquer problema pelo qual passava se transformava em quilos a mais na balança. “Deixei a comida fazer o papel de consolo”, afirma. “Às vezes sinto que estou morta. Minha cama é meu banheiro, minha mesa de jantar, meu mundo. O vício em comida se tornou minha vida”, completa. Apesar do quadro, Penny recusa-se a seguir uma dieta depois de ter feito a cirurgia, o que significa que se mantém obesa mórbida. Depois de se casar com o marido, Edgar, ela sofreu quatro abortos antes de dar à luz ao seu primeiro filho, Liam.
Penny acompanha a vida do filho graças à tecnologia, vendo a chegada dele no primeiro dia de aula por meio de fotos envidas pelo iPhone e participando de jantares familiares via Skype, sentada em sua cama, comendo. Edgar, que cozinha para ela e a ajuda a "ir ao banheiro sem sair da cama", disse que o peso da mulher os afeta de várias maneiras. “Liam faz aulas de luta e ela nunca o viu. Tive que mandar por vídeo”, lamenta.
As irmãs de Penny, Christina e Angela, acreditam que a relação distorcida que ela tem com a comida começou ainda na infância, quando ela presenciou o pai agredindo a mãe fisicamente. “Penny é a mais velha, e provavelmente viveu muito mais coisas do que nós", explicam. Quando se casou, Penny pesava aproximadamente 190 quilos. Embora fosse grande, conseguia levar uma vida normal. Quando ficou grávida de Liam, o peso subiu para os 280 quilos. Devido a este número, o casal não divide a mesma cama há anos e Edgar virou seu cuidador em tempo integral.
Os problemas de saúde associados à obesidade de Penny também são muitos, incluindo diabetes. Em uma tentativa de salvar a própria vida, ela, que vive em Atlanta, viajou a Houston, no Texas, para se reunir com especialistas. O cirurgião Nowzaradan afirma que um índice de massa corporal normal é de 25, sendo que os que estão acima de 40 são considerados obesos mórbidos. “O IMC de Penny é de 85,7, o que é muito alto”, ressalta. Ela passou um mês no hospital e, sob supervisão e dieta, conseguiu perder 20 quilos antes de se submeter à cirurgia para redução do estômago.
No entanto, após a cirurgia Penny lutou para reajustar sua atitude à alimentação e, particularmente, para sair da cama e começar a andar – o que seria crucial no seu processo de perda de peso. Apesar de começar com uma dieta de 1200 calorias diárias, Penny falhou em perder mais peso, e o Dr. Nowzaradan acredita que ela convenceu alguém a trazer comida extra para ela. Três meses após a cirurgia, Penny foi mandada pra casa devido à sua incapacidade de cumprir o tratamento. Em casa, ela recebeu o acompanhamento de um fisioterapeuta que tenta fazê-la ficar em pé.
E, apesar das de ter recebido instruções sobre seu plano de dieta, Penny retornou aos seus antigos hábitos pouco saudáveis. Mesmo quando uma nutricionista visitou sua casa, ela continuou a resistir. “Você pode ter várias pessoas dizendo o que você pode e o que não pode, mas no final das contas a única pessoa que sabe o que é bom para você é você mesma”, argumenta. Ela conta que não se sente apta a andar. “Eu conheço minhas limitações”, completa.
Passados nove meses da cirurgia, Penny não perdeu peso e continua na cama. “Ela vive em uma falsa realidade em que escolhe comer mais, mas não admite isso. Ela tem que decidir que quer perder peso e que quer andar. Mas eu não vejo nenhuma vontade dela de ficar bem”, lamenta Nowzaradan. “Não sei o que vai funcionar para Penny. Espero que ela acorde em algum momento, senão, eu não acho que vá viver por muito tempo”, finaliza o especialista.