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Mulheres adiam fertilização por medo do zika vírus

Muitas mulheres sentem-se inseguras para começar uma gravidez devido ao risco de contraírem o vírus

29 jan 2016 - 14h21
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Procedimentos de fertilização vêm sendo adiados nas clínicas
Procedimentos de fertilização vêm sendo adiados nas clínicas
Foto: iStockphoto

O surto atual de zika vírus no Brasil está fazendo com que muitas mulheres repensem a fertilização e a vontade de serem mães. O receio ocorre pelo medo de contrair a doença, que está relacionada à microcefalia em bebês.

Pesquisas comprovaram que o vírus pode ser transmitido da gestante para o feto através da placenta, fortalecendo a ideia de que essa seja a causa para o aumento significativo dos casos da malformação.

Motivos para a fertilização adiada

Nas clínicas de fertilização, houve aumento nos casos de procedimentos adiados. Muitas mulheres se sentem inseguras para começar uma gravidez devido ao risco de contraírem o vírus.

Segundo a Associação de Ginecologia e Obstetrícia, a recomendação do órgão, quando há a possibilidade, é postergar a gestação. Já o Ministério da Saúde não reforça essa recomendação, tendo lançado uma cartilha com cuidados preventivos para as gestantes.

Para as pacientes que aguardam a fertilização in vitro, a decisão é ainda mais delicada. Isso porque o processo, além de caro, exige que elas passem por um tratamento, tomando medicações e preparando o útero para o implante dos embriões.

O aspecto emocional das futuras mães é uma das áreas mais afetadas ao longo da gravidez e, agora, com a possibilidade do zika vírus, as mulheres tendem a se sentir ainda mais receosas. Nas clínicas, a alternativa é congelar os embriões e aguardar até uma melhora na epidemia.

Sobre o zika vírus

O zika vírus é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, o mesmo da dengue e da febre chikungunya. Cerca de 80% dos pacientes infectados não apresentam qualquer tipo de manifestação clínica. Quando elas ocorrem, são caracterizadas por manchas vermelhas, febre, dores na cabeça, fadiga muscular e mal-estar.

Porém, as gestantes se tornaram o público de risco. O vírus está relacionado à microcefalia, uma condição neurológica em que o crânio e o cérebro do bebê se desenvolvem num tamanho menor que o normal. Crianças diagnosticadas com o problema tendem a apresentar limitações ao longo de toda a vida, devendo ser estimuladas física e intelectualmente desde cedo.

Segundo os dados mais recentes do Ministério da Saúde, dos 4 mil casos suspeitos da doença, 270 foram confirmados e 460, descartados. Os demais continuam em investigação.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou que convocará um comitê de emergência para discutir possíveis soluções para a epidemia do zika vírus, que já atingiu diversos outros países além do Brasil. 

O Brasil fechou um acordo com os Estados Unidos para acelerar a produção de uma vacina contra o zika vírus. Especialistas trabalham na Universidade do Texas para encontrar uma maneira de imunizar a população. No entanto, os pesquisadores afirmam que, para ter um medicamento desenvolvido, é possível que ainda haja um período de espera de três anos.

Entre as recomendações para as mulheres que decidirem engravidar, é importante que utilizem repelente para gestantes e roupas longas. Telas e mosquiteiros devem ser instalados em casa. Além disso, é necessário que toda a população contribua para o combate da proliferação do mosquito transmissor, evitando o acúmulo de água parada.

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