Fim de ano sem crise: evite dietas radicais na ceia
Especialista em comportamento alimentar Aline Freitas explica por que dietas restritivas de dezembro pioram a relação com a comida e como atravessar o período com equilíbrio
Com a chegada de dezembro, muita gente entra no conhecido ciclo de "exagerar agora, compensar depois", fazendo promessas de dietas radicais para janeiro e tentando cortar calorias nos dias que antecedem as ceias. Esse comportamento, comum no fim de ano, é justamente o que mais contribui para episódios de compulsão, sensação de perda de controle e frustração. um tema amplamente discutido em abordagens modernas sobre alimentação, que alertam para o impacto negativo das restrições emergenciais.
Além disso, o clima emocional típico desse período, balanço anual, pressão estética para o verão e rotina cheia de eventos, desperta o que especialistas chamam de fome emocional festiva, quando se come não por necessidade física, mas por ansiedade, cansaço, obrigação social ou tentativa de compensar desconfortos internos. Esse cenário torna ainda mais relevante a reflexão sobre comportamento alimentar, especialmente neste fim de ano.
Fim de ano é para celebrar
Para a especialista em emagrecimento e comportamento alimentar Aline Freitas, autora do livro "Viver Sem Dietas" que foi lançado no Brasil dia 1 de Dezembro, a pior decisão que alguém pode tomar em dezembro é tentar "consertar o corpo" com dietas relâmpago. "As pessoas acreditam que precisam 'economizar calorias' antes das festas. Na prática, isso aumenta a fome, a ansiedade e o desejo por comida, e é justamente o que leva ao exagero à noite", explica.
Segundo ela, o ideal é abandonar o raciocínio compensatório: "Não existe equilíbrio quando a pessoa passa o dia inteiro se punindo para depois liberar tudo de uma vez. Isso não é falta de força de vontade, é só biologia. Restrições geram compulsão."
Aline também alerta para um mito muito comum nessa época: a ideia de que o problema é o cardápio das festas. "Não é o panetone, não é a ceia. O que causa sofrimento é a relação construída no dia a dia. Quando você come com presença, percebe saciedade e respeita o corpo, a mesa de fim de ano deixa de ser um campo de batalha."
Para quem já sente o "gatilho de dezembro" chegando, ela recomenda três passos práticos:
1 - fazer refeições normais antes dos eventos, evitando chegar com fome;
2 - observar emoções que estimulam a vontade de comer;
3 - permitir-se saborear os alimentos sem rótulos de "permitido" ou "proibido".
Aline conclui reforçando que o fim de ano pode, sim, ser um começo, não de dietas, mas de uma nova relação com a comida. "O dezembro perfeito não é o sem calorias. É o sem culpa. Quando entendemos isso, entramos no novo ano mais leves, por dentro."