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Miocardite pós-covid: entenda o afastamento de Davies, do Bayern de Munique

Jogador canadense foi diagnosticado com condição cardíaca após testar positivo para Covid-19. Miocardite pode ser sequela da infecção

15 jan 2022 - 12h02
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Miocardite é uma das possíveis sequelas da Covid
Miocardite é uma das possíveis sequelas da Covid
Foto: Reprodução Instagram @alphonsodavies / Saúde em Dia

O jogador de futebol, Alphonso Davies (21), do Bayern de Munique e da seleção canadense foi diagnosticado com uma miocardite - ele testou positivo para Covid-19 dias antes. A informação foi divulgada pelo técnico do time alemão, Julian Nagelsmann, em coletiva de imprensa realizada pelo clube, nesta sexta-feira (14).  De acordo com o treinador, essa miocardite não é dramática. No entanto, até que ela cicatrize, Davies ficará afastado dos jogos e treinos do Bayern de Munique.

Relação de inflamações cárdicas com a Covid-19 e as vacinas

Recentemente, uma onda de informações desconectadas gerou insegurança sobre a aplicação de vacinas contra a Covid-19. Muitos passaram a acreditar que a miocardite poderia ser um efeito colateral dos imunizantes, mesmo sem nenhum dado oficial que comprove isso. Porém, de acordo com especialistas, o problema cardíaco também entra na lista de sequelas da Covid-19 e, dessa maneira, os riscos são maiores para os não vacinados.

"Até agora, a maioria dos casos foi leve e os indivíduos se recuperam frequentemente por conta própria ou com tratamento mínimo. Além disso, sabemos que miocardite e pericardite são muito mais comuns se você for infectado e desenvolver a doença Covid-19, e os riscos para o coração da infecção podem ser mais graves. Dessa forma, tomar a vacina disponível é o melhor a fazer", afirma o Dr. Juliano Burckhardt, cardiologista membro da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) e da American Heart Association.

Entenda a miocardite

Segundo o cardiologista, a miocardite é uma inflamação que ocorre no coração e, geralmente, é causada por uma infecção viral - como a Covid-19, por exemplo. Em casos mais graves, o sistema cardiovascular pode ficar enfraquecido, provocando insuficiência, problemas na frequência dos batimentos e até mesmo a morte súbita.

"Os sintomas incluem dor no peito, batimentos cardíacos anormais e falta de ar. Esses incidentes relacionados à vacina têm maior probabilidade de ocorrer após a segunda dose da Pfizer ou Moderna, com dor no peito e outros sintomas ocorrendo dentro de vários dias a uma semana, mas, até agora não há relatos de que evoluíram para casos graves. Os sintomas sugestivos de miocardite ou pericardite devem fazer com que os vacinados procurem atendimento médico", explica o Dr. Burckhardt.

Dados da Vaccine Safety Datalink, apontam que casos de miocardite ou pericardite ocorrem em pessoas de 12 a 39 anos, a uma taxa de 8 por 1 milhão, após a segunda dose de Pfizer. O que reforça a ideia de que os riscos de desenvolver uma inflamação no coração por causa da Covid-19 são maiores e, portanto, o melhor a se fazer é tomar a vacina corretamente.

"Se você estiver em uma área com baixa vacinação e alto risco de contágio, os riscos são maiores. Os benefícios [da vacina] serão muito, muito maiores do que qualquer risco", finaliza o cardiologista.

Saúde em Dia
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