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Corpo dos xerpas utiliza oxigênio de forma mais eficaz, segundo estudo

22 mai 2017 - 18h04
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Os xerpas, habitantes das montanhas do Himalaia, desenvolveram adaptações metabólicas que permitem aos tecidos utilizar o oxigênio de forma mais eficaz, segundo um estudo publicado nesta segunda-feira na revista "Proceedings of the National Academy of Sciences".

A pesquisa, realizada pela Universidade de Cambridge, no Reino Unido, considera que estes mecanismos contribuem para o bom desempenho que os xerpas têm na hora de lidar com altitudes tão extremas.

Para saber quais são esses mecanismos de adaptação, os cientistas analisaram dois grupos que subiram de forma gradual ao Campo Base do Everest, situado 5.300 acima do nível do mar.

O estudo faz parte do projeto Xtreme Everest, que pretende entender as respostas do corpo perante altitudes extremas como a da montanha mais alta do mundo, que alcança 8.848 metros.

Um dos grupos estava composto por pesquisadores que trabalhavam no laboratório do Campo Base e o outro por 15 xerpas. De todos eles, os cientistas colheram amostras do sangue e dos músculos, para depois poder comparar.

Nas amostras dos xerpas, os pesquisadores constataram que as mitocôndrias, os elementos das células que produzem energia, eram mais eficazes, inclusive no início da pesquisa. Uma das diferenças fundamentais estava nos níveis de fosfocreatina, uma molécula que age como reserva de energia.

Depois de dois meses na altura, os níveis de fosfocreatina caíam nas pessoas de zonas baixas, enquanto que nos sherpas subiam.

Em geral, as medidas tomadas pelos pesquisadores na base não mudaram depois com a altitude, o que para eles sugere que as diferenças são inatas.

No primeiro grupo, os resultados tendiam a modificar-se depois de algum tempo, o que sugere que esses corpos estavam se aclimatando.

"Nossos resultados sugerem uma base metabólica na adaptação dos xerpas, que pode permitir a esta população sobreviver e ter melhor desempenho em uma grande altitude. Estas adaptações também podem escorar o desempenho superior dos alpinistas xerpas de elite em uma altitude extrema", sustentam os pesquisadores no estudo.

Por isso, para os cientistas, mesmo que as pessoas de áreas baixas passem tempo em uma elevada altitude e seus corpos se adaptem, de todas formas não poderão igualar a eficiência que os xerpas atingiram como uma adaptação evolutiva.

Os resultados do estudo, segundo os pesquisadores, podem ajudar a comunidade científica a desenvolver novas formas de tratar a hipoxia, como se denomina a falta de oxigênio nos tecidos.

EFE   
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