Chips hormonais de testosterona e gestrinona podem causar desconforto sexual
Hipertrofia do clitóris pode ser solucionada de maneira definitiva com procedimento conhecido como clitoroplastia
O uso de chips hormonais com testosterona e gestrinona pode causar hipertrofia do clitóris, gerando desconforto e podendo ser tratado de forma definitiva por clitoroplastia, enquanto técnicas como clitoropexia são menos recomendadas.
Você com certeza já ouviu falar dos chamados chips da beleza, também conhecidos como implantes hormonais. São tratamentos de modulação hormonal que vêm sendo cada vez mais adotados por mulheres. Isso porque o uso de hormônios como gestrinona e testosterona via subcutânea pode conferir benefícios como ganho de massa magra, diminuição da gordura e aumento da libido. Porém, o que poucas adeptas sabem é que esse tipo de tratamento hormonal possui um efeito colateral comum: a hipertrofia do clitóris, isto é, o crescimento anormal e permanente do órgão, que pode gerar desconforto físico, estético e emocional para muitas mulheres.
“Isso ocorre porque o clitóris é o correspondente embriológico do pênis no sexo feminino, então o uso desses hormônios androgênicos estimula seu crescimento. O risco é ainda maior quando os implantes e chips hormonais trazem a gestrinona e a testosterona em associação. E, em geral, as mulheres não são informadas sobre esse possível efeito colateral, que pode afetar a autoestima e gerar constrangimento”, alerta o ginecologista Igor Padovesi, especialista brasileiro em cirurgias ginecológicas minimamente invasivas, único com 2 prêmios internacionais nessa área e autor de técnica simplificada de ninfoplastia e redução do capuz clitoriano (capuzplastia).
O especialista explica que as mulheres que sofrem com a hipertrofia do clitóris devido ao uso de implantes hormonais também tendem a ter a vida sexual prejudicada. “Assim como o pênis, o clitóris possui corpos cavernosos, que se enchem de sangue durante a excitação. E, com o uso de chips de testosterona e de hormônios androgênicos, esses tecidos também se desenvolvem. Então, no momento de estímulo sexual, o clitóris tende a crescer ainda mais de tamanho, adquirindo um aspecto de ereto que causa grande incômodo nas mulheres”, acrescenta.
E o grande problema é que esse crescimento não regride mesmo com a interrupção do uso dos hormônios. Mas, para mulheres que se incomodam com o problema, é possível corrigi-lo por meio da cirurgia conhecida como clitoroplastia, que consiste na remoção parcial dos corpos cavernosos do clitóris.
“Muitas mulheres têm medo de perder a sensibilidade da região, mas a cirurgia é feita de forma a preservar totalmente os nervos do clitóris. A função sexual permanece intacta”, esclarece o especialista.
“Mas é uma cirurgia complexa e delicada, feita em hospital sob efeito de anestesia, então é fundamental buscar por um médico especialista.”
Existe ainda outra possibilidade para o tratamento da hipertrofia do clitóris conhecida como clitoropexia. No entanto, a técnica não é tão recomendada quanto a clitoroplastia, de acordo com Igor. “A clitoropexia apenas maquia o problema. Isso porque o clitóris não é reduzido, apenas reposicionado para ficar mais escondido. O resultado estético é bom, mas o clitóris ainda aumenta de tamanho durante a excitação sexual, podendo causar desconforto e dor nesses momentos. Além disso, ainda existe o risco de os pontos soltarem e o clitóris voltar à posição anterior. Por isso, no geral, a clitoroplastia é a melhor opção, pois é definitiva”, aconselha.
Por fim, é importante reforçar que a hipertrofia do clitóris não deve ser confundida com o capuz do clitóris. “O capuz do clitóris é uma pele que recobre o órgão e acompanha a hipertrofia dos lábios, não possuindo relação com o tratamento hormonal. Ainda assim, pode causar incômodo. Nesses casos, a solução recomendada não é a clitoroplastia, mas sim a ninfoplastia. Trata-se de um procedimento simples, feita em consultório sem necessidade de internação, que visa remover o excesso de pele dos pequenos lábios, deixando-os para dentro dos grandes lábios. E hoje temos abordagens, como técnicas avançadas de capuzplastia, que permitem corrigir o excesso não só dos pequenos lábios, mas também do capuz clitoriano, de uma forma facilmente executável e com excelente resultado estético”, finaliza Igor Padovesi.
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