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Quando uma pessoa precisa da ajuda de um psiquiatra? 

Confira também lista de lugares que fazem atendimento psiquiátrico gratuito em São Paulo

24 ago 2021 - 05h11
(atualizado às 08h12)
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Apesar de a saúde mental ser cada vez mais debatida, existe muito estigma em torno do tema. Para muitos, buscar ajuda psicológica ou psiquiátrica é coisa "para gente louca" ou "fraca".

Pessoas com depressão
Pessoas com depressão
Foto: Reprodução / Reprodução

Lidar com estresse, depressão e ansiedade já eram desafios antes mesmo da pandemia de covid-19. Agora, depois de uma longa temporada em isolamento social e a ameaça diante do coronavírus, a busca por esse tipo de atendimento tem crescido e, aos poucos, os estereótipos vão se desfazendo.

No consultório, o psiquiatra Rodrigo de Almeida Ramos observou um aumento no número de casos de ansiedade, síndrome do pânico e TOC, o Transtorno Obsessivo Compulsivo: "Inquestionavelmente casos de ansiedade e seus desdobramentos clínicos como o transtorno da ansiedade generalizada, transtorno obsessivo compulsivo, transtorno do pânico, transtorno do estresse pós-traumático e transtornos fóbico ansiosos".

Na análise do especialista, a pandemia alterou muito as expectativas das pessoas com relação ao futuro. "Quando ela emergiu, nada ficou garantido para as pessoas. O emprego que era seguro não estava mais garantido, a própria saúde, bem como dos familiares, não estava garantida e a própria vida não era mais segura. Isso gerou uma situação generalizada de estresse. Do estresse para os transtornos ansiosos é um pulo", ressalta.

A psiquiatria é a especialidade médica que cuida da parte cerebral relacionada ao comportamento. "É verdade que cuidamos de grandes alterações do comportamento que geram peculiaridades compatíveis com o que popularmente se chama de loucura. Situações de quebra com a realidade ou ainda condições de agitação grave. Mas o psiquiatra também cuida de quadros como depressão, ansiedade ou situações de luto mal elaborado. Achar que o psiquiatra atende apenas louco equivale achar que o oftalmologista só atende quem perdeu completamente a visão ou que cardiologista só consulta infartados", explica Rodrigo de Almeida Ramos.

Os atendimentos psiquiátrico e psicológico podem ocorrer simultaneamente e uma área complementa a outra. "Hoje há um consenso na literatura médica especializada que associar psicoterapia com o uso de medicamentos tem um efeito muito melhor do que as duas abordagens isoladas. Por isso são raras situações em que o psiquiatra não encaminha o paciente para o psicólogo e vice-versa", enfatiza o especialista em saúde mental.

Como e quando buscar ajuda de um psiquiatra?

Em alguns casos, quem já está em tratamento psicoterápico pode precisar de algum medicamento específico para reduzir os sintomas de estresse, ansiedade, depressão, TDAH, TOC entre outras patologias. Assim, muitos psicólogos contam com a ajuda do médico para fazer a prescrição, especificamente, um psiquiatra.

Mas a partir de qual momento é preciso buscar ajuda? "Quando você observar que você mudou. Que a vida perdeu a graça, que sua preocupação com o futuro se tornou excessiva de modo que você perdeu a espontaneidade, bem-estar e a capacidade de agir como sempre agiu", analisa Rodrigo de Almeida Ramos.

O psiquiatra faz uma relação de algumas situações em que o paciente pode precisar de ajuda:

- Quando aparecem alterações na forma como o corpo deve funcionar, de tal sorte que a pessoa passa a dormir mal;

- Mudança na forma de se alimentar, podendo comer muito pouco ou apresentar compulsão;

- Prejuízo da libido;

- Dores no corpo, taquicardia e falta de ar que não são explicadas por condições médicas gerais.

Ao conseguir ajuda, a pessoa recupera a qualidade de vida e a motivação para seguir em frente.

A busca por psicoterapia, com o tratamento psiquiátrico, evitará que questões emocionais mal elaboradas voltem a surgir em médio e longo prazo.

Atendimento psiquiátrico gratuito em São Paulo

Os atendimentos gratuitos médicos no Brasil são feitos através do SUS - Sistema Único de Saúde. Para a saúde mental, não é diferente.

Em São Paulo, quem precisa de atendimento psiquiátrico será acolhido pelos CAPS - Centros de Atenção Psicossocial.

Porém, o paciente deve, antes, agendar uma consulta em uma UBS ou posto de saúde da região para que um clínico geral, pediatra ou geriatra possam fazer o encaminhamento para o atendimento gratuito em uma das unidades.

O site da prefeitura de São Paulo oferece uma lista com endereço e telefone de todos os CAPS na capital paulista; .

Estadão
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