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Você já mentiu, ops, omitiu a presença de piolhos na cabeça de seu filho?

8 mai 2018 - 10h46
(atualizado em 26/6/2018 às 15h55)
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EU JÁ! E confesso mesmo, até porque qual seria a coerência da coluna se eu não falasse a mais pura verdade? Foi com este objetivo que me propus  escrever algumas linhas toda semana. Aqui eu me liberto, mesmo sabendo que as minhas amigas e, especialmente as amigas mães da escola, vão ficar um pouco assustadas com a minha revelação. Ou não. Poderão até se sentir aliviadas… Quem nunca??rs

Sim, foram algumas vezes tratando secretamente os piolhos das minhas meninas. Sabe banheiro trancado, janelas fechadas e você lá passando aquele shampoo medonho e o tal pentinho de duzentos mil dentes? E pra garantir ainda dá aquele comprimido que promete matar lêndeas ainda recém-nascidas?

Olha, admiro imensamente as mães que têm coragem de assumir publicamente o surto de piolhos doméstico e espero, um dia, alcançar este nível de evolução, porque lá no fundo a gente acha que ter filhos com piolho é uma espécie de falha, uma fraqueza mesmo. Que tipo de mãe permite que parasitas invadam a cabeleira de suas crias? Piolho é um troço meio nojento, não? E mesmo que a gente não queira, acaba associando a um certo descuido, à maternidade ausente  (tá, dei um forçada).

Mas sabe o que é? Já ouvi alguns casos escabrosos de crianças rejeitadas na escola por conta do "vazamento" da informação passada pela mãe de que o filho estava com piolho, no grupo do WhatsApp!!! Quem será que contou em casa sobre o piolho do amiguinho??? Quem será???

Mas o fato é que estamos na época de surto (sei lá a razão), o fato é que as minhas filhas têm cabelos que vão de Gal a Betânia, o fato é que minha casa vive cheia de meninas que amam trocar tiaras e acessórios de cabelo e o fato é que acabo de receber uma mensagem da escola informando um CASO  de piolho no Ensino Fundamental!!!!

Bom, só me resta celebrar a coragem de quem foi lá e disse na lata para a professora da escola e fazer o meu trabalho checando a cabeça das meninas e tomando providências, caso seja necessário.  E só me resta também fazer uma reflexão sobre a nossa crueldade no julgamento que fazemos da gente e das outras mães. Talvez se fôssemos  um pouco mais amorosas umas com as outras, teríamos liberdade para abrir o coração  por aí.

Ah e antes de terminar não resisto e fico aqui imaginando quantos segundos por dia um pai perde se culpando ou se preocupando com o fato do filho circular por aí com alguns piolhos a tiracolo. Só imagino.

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Mãe com Prosa
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