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A ressaca do começo da semana

20 fev 2018 - 10h30
(atualizado às 17h24)
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Foto: Mãe com Prosa

Não, não estou me referindo ao álcool consumido no sábado e domingo, afinal, a gente precisa de uma tacinha ou outra, né? (sem pegar no volante, claro).  Hoje falo é da ressaca moral.

Aquela que acompanha a gente na segunda, na terça e, especialmente, depois que deixamos as crianças na escola e temos um tempinho pra refletir sobre o que rolou no final de semana. Foi uma delícia, momentos juntos, filminho na TV com pipoca, café da manhã mais tarde do que o de costume, papos sem pressa e sobre assuntos gostosos, aquele sorvete … até que a gente começa a se lembrar dos sapatos espalhados pela sala (45 pares, tenho duas lindas meninas da mesma idade, lembra-se?), das bonecas embaixo da almofada do sofá, da toalha de rosto que não parou um segundo no lugar (e você teve de "rependurar" umas duzentas vezes). E aí vem assim, na sua cabeça, a imagem de mais um ataque de fúria que você infelizmente não conseguiu evitar.

Será que eu deveria ter me controlado mais? Faltou compreensão da minha parte quando eu disse que na próxima vez que encontrasse um sapato da "Our Generation (a boneca mais cara do mundo tirando a American Girl e o Bebê Reborn) pelo chão ele iria direto para a lata do lixo? E quando eu disse que não dobraria nem mais uma legging na minha vida? Exagerei, gente? É, pensando bem isso foi até razoável, mas dizer que criança que fica na frente do celular é pre-gui-ço-sa talvez tenha sido um pouco demais. Será que foi? Confesso mesmo, não consigo me relacionar bem com o tema e até foi uma das minhas resoluções de ano novo comprovada pelo vídeo. Pode checar!  Sim, chegamos praticamente em março e ainda não consegui cumprir minhas promessas.

Não sei você, mas sempre me arrependo do que digo nos finais de semana e fico pensando se a minha mãe não sentiu nada parecido ou se sentiu e se controlou e nunca me contou ou até mesmo se sentiu, botou pra fora e nada mudou na minha vida. Não fiquei traumatizada, mesmo!

Os corações maternos são cheios de afeto, são capazes de dizer as palavras mais doces e sinceras para os filhos (eu sempre digo para Elisa e Manu o quanto são amadas por mim), mas nem sempre somos politicamente corretas. Claro, filtro e bom senso são necessários! Mesmo a questão sendo polêmica, até acho que a gente deve pedir desculpas ao filho quando sentimos que fomos longe demais, enfim…

Tudo bem, às vezes a verdade dói, mas também liberta.

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Mãe com Prosa
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