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Maior especialista em nutrição do mundo revela o que come durante o dia; confira

Aos 89 anos, a renomada especialista em políticas alimentares revela como suas escolhas diárias refletem décadas de estudos, críticas à indústria e defesa da comida de verdade

13 nov 2025 - 16h12
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Por mais de 30 anos, Marion Nestle tem sido uma das figuras mais influentes quando o assunto é comida de verdade, políticas alimentares e escolhas conscientes. Editora do primeiro Relatório do Cirurgião-Geral sobre Nutrição e Saúde no fim dos anos 1980, participante da elaboração das Diretrizes Dietéticas para Americanos e cofundadora do prestigiado programa de estudos de alimentação da NYU, ela se tornou referência ao unir ciência, política e educação nutricional.

Marion Nestle, uma das maiores referências em nutrição e política alimentar, conta o que come no dia a dia; saiba mais
Marion Nestle, uma das maiores referências em nutrição e política alimentar, conta o que come no dia a dia; saiba mais
Foto: Reprodução/Instagram / Bons Fluidos

Hoje, professora emérita, Marion continua a ser uma das vozes mais afiadas contra a indústria alimentícia - uma posição que ganhou força nos anos 2000, quando ela passou a denunciar estratégias corporativas que influenciam o Congresso, moldam diretrizes oficiais e incentivam o consumo de alimentos ultraprocessados.

A crítica que virou best-seller

Em 2002, Marion lançou Food Politics, obra que escancarou como grandes empresas moldam decisões públicas e criam um ambiente alimentar que favorece produtos ultraprocessados. No livro, ela argumenta que aditivos, fórmulas artificiais e marketing agressivo estão profundamente ligados aos problemas de saúde pública. Quatro anos depois, veio What to Eat, um guia prático para decifrar rótulos, navegar pelo supermercado e fazer escolhas mais conscientes - obra que ajudou a popularizar a ideia de que comer bem começa pela informação.

Agora, aos 89 anos, Marion volta com What to Eat Now, reforçando seu compromisso em traduzir ciência para o cotidiano. Morando entre Nova York e Ithaca, ela segue ativa, escrevendo, falando com a imprensa e defendendo hábitos alimentares mais simples, acessíveis e conscientes. Mas como tudo isso se traduz no dia a dia dela? O que uma especialista que passa décadas estudando a indústria alimentícia realmente come? A seguir, um mergulho na sua rotina - com revelações sinceras, práticas e, claro, deliciosamente simples.

Sua filosofia alimentar: clareza sem perfeccionismo

"Eu sigo o famoso mantra de Michael Pollan: 'Coma comida. Não muita. Principalmente plantas'." Com essa frase, Marion resume sua abordagem: foco em alimentos in natura ou minimamente processados, sem obsessões, culpas ou radicalismos. Onívora, ela come "de tudo", mas em quantidades moderadas - em parte pela idade, em parte pelo estilo de vida leve e intuitivo que cultiva. Aos 89 anos, ela brinca que o que come "claramente está funcionando", já que mantém uma saúde estável, sem grandes restrições e sem medo de pequenos deslizes.

Como é o café da manhã de Marion Nestle

O dia começa com café fraco, algumas xícaras com leite e nada de açúcar. O apetite só aparece horas depois. Quando a fome chega, ela aposta no básico: aveia ou cereal Post Shredded Wheat sem açúcar (feito praticamente só de trigo). Ela adiciona um pouquinho de açúcar mascavo e frutas da estação, como blueberries. Cética sobre a ideia de que o café da manhã é "a refeição mais importante do dia", ela comenta que muitos estudos que sustentaram essa teoria foram financiados por empresas de cereais.

Almoço: simples, fresco e intuitivo

A refeição do meio do dia varia muito: às vezes uma salada; às vezes algo do restaurante onde estiver; às vezes ingredientes colhidos no próprio terraço, onde cultiva frutas e hortaliças. Tomates, alface e até pêssegos ou framboesas já fizeram parte das colheitas recentes. Ela complementa a refeição com queijos, amendoim e um pouco de pão.

Jantar: leve, prático e afetivo

Marion não costuma fazer refeições elaboradas à noite. Prefere saladas (muitas vezes duas vezes por dia), ovos, torradas ou bolachas com queijo. Ela monta pratos com o que tem disponível em casa - e não abre mão dos pequenos rituais que ama, como visitar mercados locais, cultivar hortas e descobrir novos restaurantes no bairro.

Os alimentos que ela mais gosta

A nutricionista prefere comidas simples e com poucos ingredientes: vegetais frescos, ovos, queijos e alguns itens ultraprocessados (desde que a lista de ingredientes seja curta). Ela relata privilegiar textura, cor e sabor, e diz que isso facilita manter uma alimentação saudável sem esforço.

Marion também revela seus doces favoritos: "Sorvete. Quando estou em casa, em Nova York, tento encontrar sorvete de gengibre, que eu adoro. É difícil de achar. Mas quando encontro, eu compro. E meu parceiro e eu fazemos sorvete de baunilha caseiro em Ithaca. São só três ou quatro ingredientes. Isso estragou o sorvete industrial para mim, porque muitos têm emulsificantes que mantêm o sorvete junto", opinou.

Já sobre os lanches, explica: "Eu gosto de tortilhas de milho (corn chips). Não muito salgadas. Algumas são ultraprocessadas, mas a maioria não. As que eu gosto são da Wegmans. Só têm alguns ingredientes - basicamente milho, óleo e sal". 

O conselho final (e poderoso) de Marion

Segundo ela, comer bem hoje é um desafio porque "você está lutando sozinho contra uma indústria inteira". Ainda assim, um hábito simples pode mudar tudo: ler rótulos. Para identificar alimentos ultraprocessados, ela diz que basta observar ingredientes como corantes, aromatizantes, emulsificantes e espessantes. Se não reconhece os ingredientes - ou se não conseguir comprá-los em um mercado comum - ela não leva para casa.

Bons Fluidos
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