Figura misteriosa aparece em Santa Catarina e levanta teorias; conheça os agroglifos
Um novo agroglifo surgiu em Ipuaçu, Santa Catarina, reacendendo o mistério que há anos divide cientistas e ufólogos sobre as enigmáticas figuras que aparecem nas plantações
Um novo desenho geométrico surgiu no início da semana sobre uma plantação de trigo em Ipuaçu, no Oeste de Santa Catarina - cidade já conhecida como a "capital nacional dos agroglifos". Moradores registraram a figura, composta por triângulos e círculos entrelaçados, na manhã de segunda-feira (3). Rapidamente, a situação despertou curiosidade.
O que são agroglifos
A palavra vem do grego: ágros significa "campo" e glyphos quer dizer "gravura" - ou seja, "desenhos feitos no campo". São marcas que se formam pelo achatamento de plantas, geralmente em lavouras de trigo, milho ou cana, que criam figuras simétricas e de grande escala.
Em Ipuaçu, os primeiros registros datam de 2008, quando círculos perfeitos apareceram em uma fazenda da comunidade de Toldo Velho. Desde então, o fenômeno se repete quase todos os anos, principalmente entre outubro e novembro, atraindo visitantes e especialistas em busca de explicações.
Mistério e repercussão
A prefeitura do município reconheceu o novo registro e divulgou uma nota destacando o impacto do fenômeno: "Mistério, tradição e curiosidade: os agroglifos seguem colocando Ipuaçu entre os principais destaques nacionais e internacionais."
O episódio mais recente gerou intenso movimento na região. Segundo o ufólogo Luiz Prestes, que acompanha os casos há anos, o desenho teria cerca de 100 metros de diâmetro. Ele afirma não ter encontrado pegadas, marcas de pneus ou sinais de máquinas no local, o que, para os entusiastas do tema, reforça a hipótese de uma origem não humana.
"A origem ou como é criado o agroglifo ainda é um mistério, mas relacionamos com alguma tecnologia extraterrestre devido ao avistamento de OVNIs e luzes estranhas antes do surgimento do desenho", disse o ufólogo, ao g1.
A visão da ciência
Pesquisadores, no entanto, afirmam que as figuras podem ter ação humana, através de ferramentas simples como estacas e cordas. Ao g1, o astrônomo e professor Diego Debastiani explica que as formas são geometrias planas básicas, e que o momento do ano favorece o aparecimento das marcas: "Eles seguem padrões simples, como circunferências. O trigo, nesse período, está mais fácil de dobrar, o que facilita a criação das figuras". Debastiani acrescenta: "Seria um desperdício imaginar uma civilização que viajou milhões de quilômetros apenas para deixar um desenho no campo. Não faz sentido."
Tradição e turismo
Mesmo sem consenso sobre a origem, os agroglifos se tornaram parte da identidade cultural de Ipuaçu. A prefeitura estuda formas de transformar o fenômeno em atrativo turístico permanente, fortalecendo a economia local. Com menos de 10 mil habitantes, a cidade recebe, todos os anos, centenas de visitantes e estudiosos que chegam em busca de respostas - ou simplesmente para testemunhar de perto os misteriosos desenhos que continuam a desafiar a explicação definitiva.