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Uso de espermicidas em preservativos danifica fertilidade

19 jun 2012 - 09h15
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O uso de camisinha com espermicida aumenta a eficácia da prevenção contra uma gravidez indesejada. No entanto, essa substância química pode trazer riscos, tanto ao homem quanto à mulher.

O uso de camisinha com espermicida aumenta a eficácia da prevenção contra uma gravidez indesejada. No entanto, essa substância química pode trazer riscos, tanto ao homem quanto à mulher, também em relação à fertilidade
O uso de camisinha com espermicida aumenta a eficácia da prevenção contra uma gravidez indesejada. No entanto, essa substância química pode trazer riscos, tanto ao homem quanto à mulher, também em relação à fertilidade
Foto: Dreamstime / Especial para Terra


Os espermicidas normalmente são encontrados em forma de cremes ou gel e podem ser aplicados diretamente na vagina. O uso mais comum, no entanto, é em preservativos que já vêm com essa substância.



Enquanto a camisinha serve de barreira física contra o encontro do espermatozoide com o óvulo, o espermicida impede a gravidez por possuir componentes que atravessam a membrana da célula masculina. No caso de rompimento do preservativo, esse contato com a substância pode matá-la ou afetar sua mobilidade, impossibilitando que chegue ao óvulo.



Caso o espermatozoide não morra, o espermicida pode causar alguma alteração genética nele. Essas modificações poderiam dificultar a gravidez, na medida em que apenas aqueles espermatozoides considerados bons costumam conseguir fecundar um óvulo. Se fecundar, pode gerar um embrião com algum defeito genético, o que levaria ao aborto espontâneo.



Embora essas alterações genéticas sejam conhecidas, não há confirmações de que os espermatozoides não liberados naquela relação sexual, ainda nos testículos, poderiam ser afetados. "Há suspeitas, por serem substâncias químicas. Mas não é nada comprovado", alerta Lister de Lima Salgueiro, andrologista da clínica Fértilis, de Sorocaba (SP), especializada em reprodução humana. Isso acontece porque seus componentes poderiam atingir diretamente os testículos. "Cada dia se descobre um químico que faz mal para o espermatozoide ou para o embrião. Antigamente, a gente achava que ele estava bem protegido dentro do testículo, mas não é bem assim. Essas substâncias podem atuar diretamente na fábrica", afirma.



Reações alérgicas e lesões

Em casos raros, o uso do espermicida pode ainda provocar reações alérgicas, tanto no homem quanto na mulher. "Mas as alergias à camisinha não costumam ser pelo espermicida, e sim pelo látex. É raro, mas tem gente que tem", comenta o médico.



Já o nonoxinol-9, a substância mais comumente encontrada em espermicidas, poderia levar a lesões na vagina, o que poderia facilitar a entrada de doenças como o HIV, de acordo com uma análise da Organização Mundial de Saúde feita a partir de estudos científicos. "Existe essa chance, mas são poucos os casos. Deve haver um uso prolongado e exagerado do espermicida e a mulher tem que ter uma sensibilidade que pode provocar erosões e aumentar as chances de ter HIV", explica Lister.



Para evitar que isso aconteça, a mulher deve procurar um especialista se notar determinadas características no órgão genital que não são comuns. "O alerta é se ficar avermelhado, coçar, tiver cheiro diferente ou doer. São os quatros sinais de que há algo errado", afirma o andrologista.



Ainda assim, o médico não desaconselha o uso do espermicida nas camisinhas. "Não é o mais recomendado, mas pode ser utilizado. Ele é normalmente usado por pessoas que querem evitar uma gravidez. Os maiores problemas estão no caso de a camisinha se romper", explica.

Fonte: Cross Content
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