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Episódio de raiva aumenta o risco de ataque cardíaco 40 minutos após o evento

Estudo com 280 participantes confirmou que episódios breves de raiva podem aumentar as chances de infartos e derrames

9 mai 2024 - 18h57
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Quem nunca ouviu alguém dizer em um momento de raiva teria um ataque cardíaco? Provavelmente, você mesmo já deve ter dito isso. Apesar do tom de brincadeira, um estudo publicado no Journal of the American Heart Association confirmou que episódios breves de fúria podem, sim, aumentar as chances de infartos e derrames.

Estudiosos concluíram que momento de raiva aumenta o risco de ataque cardíaco
Estudiosos concluíram que momento de raiva aumenta o risco de ataque cardíaco
Foto: Freepik / Bons Fluidos

A afirmação se justifica devido às disfunções nos vasos sanguíneos que ocorrem imediatamente após um momento de raiva. Conforme o estudo, numa menor escala, a ansiedade e tristeza também têm sido associadas ao risco de ataque cardíaco.

Estudo atesta: raiva aumenta chances de ataque cardíaco

Para o estudo, foi feita uma experiência com 280 participantes. Eles foram aleatoriamente divididos em quatro grupos com tarefas emocionais pré-estabelecidas que durariam 8 minutos.

Um grupo relembraria memórias pessoais de um momento de raiva. O segundo, memórias pessoais de situações que geraram ansiedade. O terceiro deveria ler uma série de frases deprimentes que evocassem tristeza. E o último deveria contar repetidamente até 100 para chegar a um estado emocionalmente neutro.

As medições dos vasos sanguíneos foram feitas em cinco momentos diferentes: antes do início das tarefas e posteriormente, 3 minutos, 40 minutos, 70 minutos e 100 minutos após o início das atividades pré-estabelecidas.

Para isso, foi utilizado um aparelho que analisa a estrutura dos vasos localizados na ponta dos dedos, algo similar à estrutura de um oxímetro. O objetivo dos pesquisadores era procurar evidências da dilatação prejudicada desses vasos sanguíneos, aumento de lesões celulares e redução da capacidade de reparo celular.

Após análises, os participantes que relembraram momentos de raiva tiveram um prejuízo na dilatação dos vasos entre o início da tarefa e os 40 minutos seguintes. Após este período, não houve sinais de alteração. Durante o monitoramento, os outros grupos não apresentaram mudanças significativas no revestimento dos vasos sanguíneos.

"Vimos que evocar um estado de raiva levava à disfunção dos vasos, embora ainda não compreendamos o que pode causar estas alterações [...] A investigação das ligações subjacentes entre a raiva e a disfunção dos vasos sanguíneos pode ajudar a identificar alvos de intervenção eficazes para pessoas com risco aumentado de eventos cardiovasculares", concluiu o autor do estudo, Daichi Shimbo, professor de medicina no Centro Médico Irving da Universidade de Columbia.

Relação entre saúde mental e vascular

Concluiu-se com este experimento que o bem-estar mental impacta positiva ou negativamente a saúde de uma pessoa e, consequentemente, está ligada aos fatores de risco para doenças cardíacas e derrame.

"Este estudo acrescenta muito à crescente base de evidências de que o bem-estar mental pode afetar a saúde cardiovascular e que estados emocionais agudos intensos, como raiva e estresse, podem levar a eventos cardiovasculares", disse Glenn Levine, presidente da declaração científica, clínico mestre e professor de medicina no Baylor College of Medicine e chefe da seção de cardiologia do Michael E. DeBakey VA Medical Center, ambos em Houston.

"Sabemos que tristeza intensa ou emoções semelhantes são um gatilho comum para a cardiomiopatia de Takatsubo [síndrome do coração partido], e eventos como terremotos ou mesmo um torcedor assistindo a uma partida de futebol mundial, que provocam estresse, podem levar ao infarto do miocárdio e/ou a arritmias", continuou Levine.

"Embora nem todos os mecanismos sobre como os estados psicológicos e a saúde impactam a saúde cardiovascular tenham sido elucidados, este estudo claramente nos leva um passo mais perto de definir tais mecanismos", finalizou.

Bons Fluidos
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