O que é terremoto? Previsão, riscos e como se proteger
Apesar de serem comuns na história do planeta, terremotos causam grandes prejuízos às cidades e à vida da população; saiba o que o causa.
Terremotos são movimentos sísmicos causados pelo deslocamento de placas tectônicas ou atividades vulcânicas, que geram riscos como danos estruturais, tsunamis e mudanças no relevo, especialmente em regiões de alta atividade tectônica.
Imagine o seguinte cenário: Você está almoçando tranquilamente em casa quando tudo começa a se mexer. A situação pode parecer aterrorizante para muitas pessoas, mas é o cenário típico de um terremoto.
Apesar de raramente acontecer no Brasil, esse tipo de fenômeno é bastante comum em determinadas regiões do planeta por conta da formação rochosa da própria estrutura terrestre.
Vamos conhecer mais sobre esse fenômeno, entender o que é terremoto, suas causas e algumas curiosidades.
O que é terremoto?
Um terremoto, também conhecido como sismo ou abalo sísmico, é uma liberação repentina de energia na crosta terrestre que gera ondas sísmicas.
Esse fenômeno ocorre devido ao movimento das placas tectônicas, que formam a litosfera terrestre. Por estarem sobre magma, essas placas se deslocam com o tempo, e esse movimento pode gerar choque, ou fazê-las se sobreporem.
Esse choque gera energia e faz aumentar a pressão na região, que acaba sendo dissipada em forma de ondas sísmicas, que se propagam pelo interior da Terra e, dependendo da intensidade, podem ser sentidas na superfície do planeta.
Quais as causas dos terremotos?
A principal causa dos terremotos está relacionada ao movimento das placas tectônicas e à subducção.
Esse processo ocorre quando uma placa tectônica desliza por baixo da outra. As zonas de subducção estão mais presentes em regiões como o Japão e o Chile.
Muitos abalos sísmicos ocorrem em zonas propensas a falhas geológicas, que nada mais são do que regiões de encontro de placas tectônicas. Nem sempre um choque ou encontro dessas placas será uma situação de subducção, mas geralmente causam abalos sísmicos.
Há também os terremotos causados por erupções vulcânicas. Nesse caso, quando ocorre alguma modificação na temperatura e pressão na litosfera, o magma terrestre, é forçado para a chaminé do vulcão até ser expelido, seja por derrame ou erupção.
Esse processo pode causar pequenos abalos sísmicos, e dependendo do tipo do vulcão, moradores próximos só percebem a atividade vulcânica por conta dos tremores de terra.
Tipos de terremotos
Além de entender o que é terremoto, é importante saber que esse fenômeno pode ser classificado por conta da sua profundidade, mas também por conta de sua origem.
Quanto à profundidade:
- Superficiais: Ocorrendo até 70 km de profundidade, são os mais comuns e geralmente causam danos significativos.
- Intermediários: Entre 70 e 300 km de profundidade.
- Profundos: A mais de 300 km de profundidade, são menos frequentes e causam menos danos à superfície.
Quanto à origem:
- Tectônicos: Resultantes do movimento das placas tectônicas.
- Vulcânicos: Associados à atividade vulcânica, causados pelo movimento de magma.
- Colapsos: Devidos ao colapso de cavernas ou minas. Muitos desses são induzidos pelo homem
Independente da origem e da profundidade, os terremotos são medidos por sismógrafos. A Escala Richter foi muito utilizada no passado, mas o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS), passou a adotar a “escala de magnitude do momento”, que afirma ser mais precisa.
Terremotos a partir de 3 e 4 graus de magnitude já costumam ser sentidos na superfície terrestre, e podem causar diversos problemas.
Consequências e riscos dos terremotos
Os terremotos podem ter diversas consequências, dependendo de sua magnitude, profundidade e localização:
- Danos estruturais: Por conta do movimento da superfície terrestre, edifícios, casas, pontes e outras estruturas acabam vindo abaixo. Esses são os impactos mais “tradicionais” de terremotos, e acabam desencadeando as demais consequências e riscos.
- Perdas humanas: Fatalidades e ferimentos em áreas afetadas.
- Tsunamis: Terremotos submarinos podem gerar ondas gigantes que atingem áreas costeiras.
- Deslizamentos de terra: A vibração pode desencadear deslizamentos em áreas montanhosas.
- Incêndios: Danos nas redes elétricas podem provocar incêndios em áreas urbanas.
- Interrupção de serviços: Danos a redes de água, energia e comunicação.
- Mudança de relevo: Em alguns casos, terremotos alteram o relevo, elevando ou afundando áreas inteiras.
- Mudança no eixo da Terra: Grandes terremotos podem deslocar ligeiramente o eixo de rotação do planeta, como aconteceu após o terremoto do Japão em 2011.
- Influência climática indireta: Embora rara, a liberação de gases e poeiras por terremotos vulcânicos pode afetar temporariamente o clima.
É possível prever um terremoto?
Atualmente, não é possível prever com precisão quando ou onde um terremoto ocorrerá. Embora existam estudos sobre padrões sísmicos e sinais precoces, como o aumento de atividade sísmica ou mudanças no comportamento de animais, esses métodos não oferecem previsões confiáveis.
Ainda não é possível prever terremotos por conta da constante movimentação das placas tectônicas e da irregular liberação de energia de seus impactos.
A ciência ainda não conseguiu determinar padrões claros que indiquem com certeza a antecipação de eventos sísmicos.
Entretanto, é possível sempre desenvolver métodos eficazes de prevenção e redução de danos para casos de terremotos.
Confira alguns desses métodos, geralmente utilizados em áreas onde terremotos são frequentes.
Preparação e prevenção contra terremotos
Embora não seja possível evitar terremotos, há maneiras de reduzir seus impactos por meio de preparação adequada:
- Planejamento: Ter um plano de emergência, pontos de encontro e kits de sobrevivência com água, alimentos, lanternas, rádios e primeiros socorros.
- Educação sísmica: Aprender como reagir durante um tremor. A recomendação mais comum é: "Abaixe-se, cubra-se e segure-se" (Drop, Cover and Hold On).
- Treinamentos e simulados: Participar de treinamentos regulares em escolas, empresas e comunidades ajuda a criar reflexos rápidos em situações reais.
- Engenharia sísmica: Construção de edifícios com normas que resistam aos tremores. Isso é obrigatório em países como Japão e Chile.
- Zonamento urbano: Evitar construções em áreas de risco, como encostas instáveis ou zonas de falha geológica.
- Sistemas de alerta precoce: Países como Japão e México possuem sistemas que detectam terremotos segundos antes de suas ondas atingirem áreas povoadas. Isso permite avisos automáticos que podem salvar vidas.
- Políticas públicas: Investimentos em educação, tecnologia e infraestrutura adequada são essenciais para mitigar riscos em áreas vulneráveis.
Maiores terremotos já registrados
1. Chile (Valdivia, 1960)
O maior terremoto já registrado, com magnitude de 9,5 na escala Richter, ocorreu em 22 de maio de 1960. O epicentro foi na cidade de Valdivia, no sul do Chile.
Estima-se que mais de 2.000 pessoas morreram e cerca de 2 milhões ficaram desabrigadas. O tremor gerou um tsunami que atravessou o Oceano Pacífico, atingindo lugares tão distantes quanto o Havaí.
2. Alasca, EUA (1964)
Conhecido como o "Grande Terremoto do Alasca", teve magnitude de 9,2. Aconteceu em 27 de março de 1964 e causou a morte de 131 pessoas, muitas das quais foram vítimas do tsunami subsequente.
Apesar da força, os danos humanos foram relativamente menores devido à baixa densidade populacional da área afetada.
3. Sumatra, Indonésia (2004)
Este terremoto submarino de magnitude 9,1 ocorreu em 26 de dezembro de 2004.
Ele provocou um tsunami devastador que atingiu 14 países, causando cerca de 230.000 mortes, sendo um dos desastres naturais mais letais da história moderna.
O evento também levou à criação do Sistema de Alerta de Tsunamis do Oceano Índico.
4. Haiti (2010)
Com magnitude de 7,0, o terremoto de 12 de janeiro de 2010 causou a morte de aproximadamente 230.000 pessoas.
A tragédia foi amplificada pela fragilidade das construções e pela falta de infraestrutura adequada no país. O evento mobilizou uma das maiores ações humanitárias da década.
5. Nepal (2015)
Um terremoto de 7,8 graus atingiu a região central do Nepal em 25 de abril de 2015, matando cerca de 9.000 pessoas.
Além das perdas humanas, o sismo causou danos a diversos patrimônios culturais, como templos históricos em Katmandu e no Vale do Himalaia.
É possível ter terremoto no Brasil?
Sim, é possível. Apesar do Brasil estar posicionado bem ao centro da placa tectônica sul-americana, o que dificulta a ocorrência de terremotos, isso não garante que o país nunca será afetado.
Especialistas afirmam que o país é alvo de um terremoto de magnitude 5 a cada ano, além de alguns terremotos de pequena magnitude. Porém, isso não significa que ocorrências sísmicas mais significativas não possam atingir o país.
Por aqui, o maior registro aconteceu em janeiro de 2024, no Acre, quando o tremor de 6,6 graus na escala Richter atingiu uma área isolada no interior do Amazonas.
Essa região apresenta maior incidência de terremotos por conta da proximidade com a placa tectônica de Nazca, que se encontra com a placa sul-americana nas proximidades da Cordilheira dos Andes.
Regiões mais propensas a terremotos
Algumas regiões do planeta estão localizadas sobre zonas de maior atividade tectônica. Essas áreas são frequentemente afetadas por tremores:
- Círculo de Fogo do Pacífico: Uma área em forma de ferradura que envolve o Oceano Pacífico, abrigando 75% dos vulcões ativos do mundo e sendo responsável pela maioria dos terremotos globais.
- Vale do Rift, África Oriental: Região onde a crosta terrestre está se separando, provocando atividade sísmica crescente.
- Placa Indo-australiana e Placa Euroasiática: A colisão entre essas placas afeta países como Nepal, Índia e partes da China.
- Falha de San Andreas, EUA: Uma das falhas geológicas mais famosas, localizada na Califórnia, com potencial para terremotos de grande magnitude.
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