Estados americanos comprometidos com a descarbonização serão prejudicados por tarifas, diz entidade
Presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia, Evandro Gussi descartou impactos das medidas de Trump sobre os preços do etanol e do açúcar no Brasil
O presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica), Evandro Gussi, afirmou, em entrevista à GloboNews, que os Estados norte-americanos mais engajados com a descarbonização serão os mais prejudicados pela reciprocidade que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pretende adotar contra o etanol brasileiro, elevando a tarifa sobre o produto.
"Os Estados Unidos compram nosso etanol porque ele é mais limpo e tem uma pegada de carbono menor que a do etanol americano. Por isso, lamentamos essa medida, pois Estados comprometidos com a descarbonização acabarão pagando mais caro por esse produto", disse Gussi.
O presidente da Unica afirmou ainda que a entidade buscará diálogo com o governo federal para definir quais ações poderão ser adotadas. "Vamos conversar com o governo brasileiro para entender qual caminho deve ser tomado", declarou.
Gussi, no entanto, descartou impactos sobre os preços do etanol e do açúcar, destacando que o volume exportado aos Estados Unidos é pequeno. "Não vemos, nos volumes americanos, relevância para alterar o mercado de etanol ou de açúcar. Não há como mensurar impactos dessa ordem. Os Estados americanos mais preocupados com a descarbonização podem continuar comprando etanol", concluiu.
