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'Robôs não têm um detector de coerência', diz pesquisador

Marcelo Finger, membro da comissão especial em inteligência artificial da Sociedade Brasileira de Computação (SBC) e professor da USP, diz que a interação de robôs e máquinas ainda está longe de ser natural

21 abr 2019 - 05h11
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Embora apresentem avanços notáveis, robôs ainda não permitem uma interação entre humanos e máquinas como se fosse uma atividade entre velhos amigos. Marcelo Finger, membro da comissão especial em inteligência artificial da Sociedade Brasileira de Computação (SBC) e professor da USP, explica as razões para isso ainda estar longe de se tornar realidade - o problema está no "cérebro" da inteligência artificial. Por outro lado, ele demonstra a importância dessa comunicação chegar o mais perto possível de quando ocorre entre humanos.

Por que não é possível manter um diálogo aberto com um assistente de voz?

Esses programas de inteligência artificial não têm um modelo completo do interlocutor. Eles não sabem o que o interlocutor está esperando. Eles não têm como saber nem se uma conversa faz sentido. Eles têm um conhecimento sobre um domínio específico, seja ele financeiro, ou de domínio de aplicações da casa. A quantidade de situações para as quais estão preparados para lidar é restrita. Detector de coerência geral não existe. Pior: é impossível de fazer.

Como resolver os obstáculos linguísticos?

Além de bons modelos de redes neurais, com muitas camadas, a utilização de dezenas de conjuntos de textos com dezenas milhões de palavras tem sido crucial.

Faz sentido querermos um assistente que fale tão bem quanto um ser humano?

Para que as pessoas respondam da melhor forma possível, o ideal é que elas não percebam que estão falando com uma máquina. Assim, você deixa a pessoa mais relaxada e menos combativa. Além disso, a máquina precisa ouvir as pessoas falando do mesmo jeito que foram treinadas. Ou seja, falando naturalmente. Isso é importante, dada a limitação de variabilidade da máquina.

Estadão
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