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Caso Bienal lembra "tempo de censura", diz Mauricio de Sousa

Cartunista idealizador da Turma da Mônica comentou sobre a polêmica envolvendo a publicação “Vingadores - A Cruzada das Crianças”

16 set 2019 - 10h48
(atualizado às 16h58)
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O cartunista Mauricio de Sousa afirmou que a polêmica entre a Prefeitura do Rio de Janeiro e a Bienal do Livro fluminense lembrou os tempos em que os roteiros de desenho animado tinham de ir para Brasília para serem aprovados pelos órgãos de censura, na época da ditadura. Há duas semanas, prefeitura e Bienal estiveram em um imbróglio por conta da revista em quadrinhos “Vingadores - A Cruzada das Crianças”, que continha um desenho de dois personagens masculinos se beijando.

O comentário foi feito na última sexta-feira (13) em uma coletiva de imprensa no evento de negócios digitais Fire Festival 2019. Mauricio de Sousa já havia se manifestado sobre o caso no dia seguinte à determinação do prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, para que a HQ fosse retirada da Bienal. Em suas redes sociais, ele publicou uma imagem com a seguinte inscrição: "Contra a censura, a favor da  liberdade de expressão e do respeito!".

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Rio de Janeiro, Bienal do Livro - 2019

Uma publicação compartilhada por Mauricio de Sousa (@mauricioaraujosousa) em

Ainda no evento, o criador da Turma da Mônica diz ter ficado preocupado com a tentativa de Crivella de envelopar a publicação e colocar nela uma etiqueta de “conteúdo impróprio” na Bienal do Livro no Rio. “Me lembrou o tempo em que os roteiros de desenho animado feitos por mim tinham que ir pra Brasília e passar pela aprovação do órgão de censura do governo”, afirma. 

No mercado de histórias em quadrinhos desde 1959, Mauricio de Sousa diz temer que esse tipo de situação ocorra novamente. “Se esse tipo de conduta pega, e não tiver um basta, nós vamos entrar num tempo de trevas de novo na área da criação e liberdade de expressão”, afirma. O cartunista comenta que, na época do regime militar - período entre 1964 e 1985-, artistas eram os mais censurados e, muitas vezes, precisavam ser exilados.

Para ele, o posicionamento de parte da sociedade, do Supremo Tribunal Federal (STF) e da Bienal do Livro do Rio de Janeiro frente ao assunto foi tranquilizante. “As reações foram suficientemente fortes para mostrar que não é por aí que a coisa tem que ir", diz. Segundo o cartunista, ainda não é o momento de baixar a guarda. “Nós precisamos ficar permanentemente atentos para que esse tipo de coisa não aconteça de novo.”

* O repórter viajou para o evento a convite da Hotmart

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Fonte: Redação Terra
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