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Aplicativos de fintechs disparam, mas clientes de bancos tradicionais são mais fiéis, diz estudo

9 abr 2020 - 10h05
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O Brasil chegou à impressionante marca de 800 milhões de aplicativos financeiros baixados nos últimos três anos, na esteira da intensa proliferação das fintechs, mas as plataformas online ainda estão longe de atingir o mesmo nível de fidelidade dos clientes de bancos tradicionais, segundo um estudo.

Logo da fintech Nubank na sede em São Paulo, Brasil 19/06/2018 REUTERS/Paulo Whitaker
Logo da fintech Nubank na sede em São Paulo, Brasil 19/06/2018 REUTERS/Paulo Whitaker
Foto: Reuters

De acordo com o levantamento, feito pela empresa de medição de performance de marketing digital AppsFlyer, entre 2017 e 2019 o ritmo de downloads de aplicativos de serviços financeiros cresceu 4,5 vezes, diante da multiplicação de fintechs, bancos digitais e dos serviços dos próprios grandes bancos de varejo.

Segundo o estudo, o Brasil se tornou o terceiro maior mercado do mundo em número de aplicativos financeiros baixados, respondendo por 8,5% de todas as instalações aplicativos no país, mais do que o dobro da taxa global.

O levantamento inclui 350 aplicativos, contemplando pagamentos, investimentos, gestão financeira, transferência de recursos e seguros, entre outros.

A rápida disseminação dos aplicativos financeiros teve como pano de fundo a popularização dos bancos digitais, com oferta de isenção de tarifas e juros mais baixos para empréstimos do que os cobrados no bastante concentrado sistema financeiro tradicional.

Apesar da enorme quantidade de downloads, a AppsFlyer detectou que o universo atual de usuários ativos de serviços financeiros por aplicativos financeiros é de cerca de 60 milhões de pessoas, considerando aqueles que fizeram ao menos uma transação num período de 60 dias.

Os números também mostram que cerca de 40% dos downloads de aplicativos financeiros executados foram fruto de anúncios em redes sociais que já tinham um link para baixar o aplicativo.

Segundo os autores do estudo, as fintechs e os bancos digitais ainda têm um grande espaço para crescer no país, movimento que será catalisado pelo isolamento social provocado pelo coronavírus e pela entrada em vigor do open banking, prevista para o final deste ano.

No entanto, os números qualitativos têm mostrado que a lealdade dos clientes no longo prazo é um desafio para quem não é um banco tradicional.

"Não é de surpreender que os bancos tradicionais tenham a melhor retenção, pois seus usuários verificam regularmente o saldo da sua conta bancária e obtêm outras informações", diz um trecho do relatório.

Para ampliar a qualidade de captação de clientes, os participantes do mercado têm investido mais em ferramentas digitais, o que tem ajudado a ampliar o chamado custo de aquisição de cliente, que chegou a cerca de 2,50 dólares em dezembro, mais do que o dobro em relação a janeiro.

Outro ponto de atenção para os novos entrantes, segundo a AppsFlyer, é o alto índice de fraudes. De acordo com a companhia, três de cada quatro dos aplicativos financeiros instalados no Brasil têm taxa de fraude de instalação superior a 30%.

"A conclusão é óbvia: os aplicativos financeiros no Brasil que não estão se protegendo provavelmente estão desperdiçando seu orçamento de forma significativa", disse Marlon Luft, diretor de marketing Latam da AppsFlyer no Brasil.

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