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Ações do Facebook caem mais de 6% após reportagens sobre uso indevido de informações de usuários

19 mar 2018 - 12h30
(atualizado às 14h09)
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As ações do Facebook caíam mais de 6 por cento nesta segunda-feira, depois que a mídia noticiou que uma consultoria política que trabalhou na campanha do presidente Donald Trump teve acesso inapropriado aos dados de 50 milhões de usuários do Facebook.

A queda pode reduzir o valor de mercado da rede social, que era de 538 bilhões de dólares no fechamento de sexta-feira, em cerca de 30 bilhões de dólares.

Um analista de Wall Street disse que as notícias levantaram "problemas sistêmicos" com o modelo de negócios do Facebook e outros disseram que poderia estimular o escrutínio regulatório muito mais profundo da rede social.

O presidente do Parlamento Europeu disse na segunda-feira que os legisladores da UE investigarão se o uso indevido de dados ocorreu, acrescentando que a alegação é uma violação inaceitável dos direitos de privacidade dos cidadãos.

O Facebook já está enfrentando novos pedidos de regulamentação do Congresso dos EUA e questionamentos sobre a segurança de dados pessoais após as reportagens publicadas pelo jornal New York Times pelo Observer, de Londres, no fim de semana.

As reportagens publicadas no sábado afirmam que informações privadas de mais de 50 milhões de usuários do Facebook acabaram indevidamente nas mãos da empresa de análise de dados Cambridge Analytica e que as informações não foram eliminadas apesar das demandas do Facebook que datam de 2015.

"Nós acreditamos que este episódio é outra indicação de problemas sistêmicos no Facebook", disse Brian Wieser, analista da corretora Pivotal Research Group, em Nova York, que tem recomendação de venda para a ação, que subiu 60 por cento no ano passado.

Wieser argumentou que os riscos regulatórios para o uso de dados em publicidade devem ser maiores do que antes.

Ele acrescentou, no entanto, não ser provável que haja um impacto significativo nos negócios da empresa por enquanto, já que os anunciantes provavelmente não vão "mudar repentinamente a trajetória do crescimento de seus gastos na plataforma".

    "Este episódio parece que provavelmente vai criar um outro problema de relações públicas potencialmente mais grave para a empresa e pode levar a um exame regulatório adicional", disse Peter Stabler, analista da Wells Fargo.

As perdas seriam a maior queda diária do Facebook, desde a queda mais geral do mercado em fevereiro. Em janeiro, quando o Facebook anunciou mudanças no seu newsfeed que afetariam o envolvimento dos usuários no curto prazo, as ações caíram 4,5 por cento em um dia.

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