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Renan não diz se será oposição e faz acenos a Bolsonaro

Senador vê espaço para colaborar com presidente eleito em questões como combate aos privilégios e definição do papel do Banco Central

6 nov 2018 - 14h23
(atualizado às 15h07)
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O senador Renan Calheiros (MDB-AL) tem evitado dizer se será oposição ou não ao presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), mas tem feito acenos ao novo governo. O emedebista apoiou a candidatura de Fernando Haddad (PT) e agora é um dos nomes cotados à presidência do Senado na próxima legislatura, posto que já foi ocupado duas vezes por ele. Calheiros terá resistência do governo, caso se coloque na oposição.

"Não posso antecipar se serei oposição, você não pode se colocar indefinitivamente num campo político. Dá pra se fazer muita coisa sem rótulos", afirmou Calheiros ao deixar a sessão comemorativa aos 30 anos da Constituição Federal nesta terça-feira. Calheiros também tem evitado se declarar como candidato à presidência do Senado. "Eleição para o Senado é em fevereiro, quanto mais você antecipar, mais você acirra sentimentos", disse.

Renan Calheiros conversa com jornalistas após sessão especial conjunta do Senado Federal e Câmara dos Deputados, na manhã desta terça-feira (6), em comemoração aos 30 anos de promulgação da Constituição Federal, no plenário da Câmara dos Deputados, em Brasília (DF).
Renan Calheiros conversa com jornalistas após sessão especial conjunta do Senado Federal e Câmara dos Deputados, na manhã desta terça-feira (6), em comemoração aos 30 anos de promulgação da Constituição Federal, no plenário da Câmara dos Deputados, em Brasília (DF).
Foto: FáTIMA MEIRA/FUTURA PRESS / Estadão

Sem declarar seu posicionamento, mas ao mesmo tempo fazendo acenos ao governo Bolsonaro, Calheiros diz que pode colaborar em questões de economia no novo governo. "Como no combate aos privilégios, na definição do papel do Banco Central, acho que essas coisas podem ser discutidas na questão dos grandes salários", afirmou.

Ele também elogiou a indicação do juiz Sérgio Moro para o ministério da Justiça. "A presença do Moro no governo é muito importante, sem dúvida ele qualificará o novo governo", disse. Calheiros já foi ministro da Justiça, durante o governo do tucano Fernando Henrique Cardoso.

A escolha de Moro também foi comentada por outro emedebista, um dos políticos mais experientes do atual Congresso, o senador Romero Jucá (MDB-RR). "Não temos que ter preconceito", disse Jucá ao Estado. O emedebista, que já foi apontado como articulador de uma reação política à Lava Jato após ter conversa vazada na qual falava sobre um suposto "acordo nacional" para conter a "sangria", afirma não temer uma "caça às bruxas" no futuro governo de Jair Bolsonaro. "As bruxas já são as bruxas, não são reconhecidas no mundo real. O governo vai ter que cuidar do mundo real."

Calheiros e Jucá assistiram boa parte da homenagem à Constituição hoje, que contou com discursos de Michel Temer, Bolsonaro, entre outros autoridades, sentados lado a lado, no plenário da Câmara.

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