Presidente da COP30 diz que países querem tirar evento de Belém por preços abusivos em hotéis
Reclamações sobre os custos de hospedagem durante a COP30 voltaram a acender um alerta entre diplomatas e negociadores internacionais. Em eventos recentes, André Corrêa do Lago, presidente da conferência climática da ONU de 2025, afirmou que países estão pedindo a transferência do encontro de Belém para outro local. O motivo: valores considerados abusivos nas tarifas dos hotéis da capital paraense.
A fala ocorreu durante um encontro promovido pela Associação de Correspondentes Estrangeiros (AIE) em parceria com o Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP). "Há uma sensação de revolta, sobretudo por parte dos países em desenvolvimento, que estão dizendo que não poderão vir à COP por causa dos preços extorsivos que estão sendo cobrados", disse o diplomata.
Preços multiplicados por 15?
Segundo Corrêa do Lago, a repercussão negativa aumentou após uma entrevista do negociador africano Richard Muyungi à agência Reuters. Na ocasião, Muyungi revelou que países chegaram a solicitar oficialmente que o Brasil remanejasse o evento para outra cidade. "Ficou público que países estão pedindo para o Brasil tirar a COP de Belém", reforçou o presidente da conferência.
Ainda de acordo com ele, há casos em que o valor das diárias foi multiplicado por 15, o que aprofundou o mal-estar diplomático. "Se na maioria das cidades onde as COPs aconteceram os hotéis começaram a pedir o dobro ou o triplo do valor, no caso de Belém, os hotéis estão pedindo mais de 10 vezes os valores normais", afirmou.
Apesar do cenário adverso, o governo tenta negociar. Um grupo de trabalho liderado pela Casa Civil está atuando para conter a escalada de preços. No entanto, a legislação brasileira não permite a imposição de limites às tarifas. "O qu-´p}B+e nos resta é o diálogo", disse Corrêa do Lago.
A COP30 será a primeira conferência climática da ONU na Amazônia. A previsão é que o encontro reúna chefes de Estado, diplomatas, ministros e representantes da sociedade civil de mais de 190 países, em novembro de 2025.