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Vitória de "Trump romeno" no 1° turno da eleição presidencial preocupa União Europeia

A Romênia voltou às urnas neste domingo, 4, seis meses após a anulação da eleição presidencial no país, por alegações de fraude na campanha e suspeita de interferência russa. Desta vez, o populista George Simion, conquistou cerca de 40% dos votos, ficando abaixo dos 50% necessários para evitar um segundo turno, que acontece no próximo dia 18. A disputa será entre Simion e o prefeito de Bucareste, Nicusor Dan. A guinada em direção à extrema direita na Romênia preocupa a União Europeia.

5 mai 2025 - 07h35
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A Romênia voltou às urnas neste domingo, 4, seis meses após a anulação da eleição presidencial no país, por alegações de fraude na campanha e suspeita de interferência russa. Desta vez, o populista George Simion, conquistou cerca de 40% dos votos, ficando abaixo dos 50% necessários para evitar um segundo turno, que acontece no próximo dia 18. A disputa será entre Simion e o prefeito de Bucareste, Nicusor Dan. A guinada em direção à extrema direita na Romênia preocupa a União Europeia.

George Simion em um telão, onde se expressou após anuncio dos resultados da pesquisa de boca-de-urna anunciados durante o primeiro turno da eleição presidencial em Bucareste, em 4 de maio de 2025.
George Simion em um telão, onde se expressou após anuncio dos resultados da pesquisa de boca-de-urna anunciados durante o primeiro turno da eleição presidencial em Bucareste, em 4 de maio de 2025.
Foto: AFP - DANIEL MIHAILESCU / RFI

Letícia Fonseca-Sourander, correspondente da RFI em Bruxelas

O novo rosto da extrema direita na Romênia, George Simion, é um fã incondicional do presidente americano, Donald Trump. Aos 38 anos, é líder do partido ultranacionalista Aliança para a União dos Romenos (AUR), que fundou em 2019 e hoje é a segunda maior força no Parlamento da Romênia. 

Candidato favorito nas pesquisas de opinião, George Simion recusa o rótulo de extrema direita e se apoia na rejeição das elites e das figuras tradicionais da classe política do país, dominada por liberais e socialistas.

Crítico em relação à liderança da União Europeia, Simion segue afirmando que os "burocratas de Bruxelas não foram eleitos" e que pretendem "privar a Romênia de recursos para empobrecê-la e exercer um melhor controle no país". Ele promete cortar apoio militar à Ucrânia, mas faz questão de dizer que não é pró-russo.

Responsável por organizar protestos em Bucareste para contestar a anulação das eleições presidenciais de novembro, Simion disse que caso for eleito poderá nomear Calin Georgescu - o candidato do Kremlin afastado da cena política - como o seu primeiro-ministro.

Abertamente contra o casamento homossexual, o "Trump romeno" como está sendo chamado, costuma afirmar que o Covid foi uma invenção que visava instaurar um regime autoritário e que as vacinas serviam para implantar um chip e controlar os cidadãos através da rede 5G. Militante nacionalista, Simion defende a anexação da Moldávia à Romênia, além de apoiar a recuperação de regiões fronteiriças ucranianas - Bessarábia, Bucovina do Norte e Transcarpátia - que um dia fizeram parte de seu país.

Eleições anuladas em novembro

O ultranacionalista pró-Moscou, Calin Georgescu, nunca foi filiado a um partido político e era um nome praticamente desconhecido até que em novembro passado obteve uma vitória surpreendente no primeiro turno da eleição presidencial da Romênia.

Após relatórios de inteligência sugerindo de que teria recebido "tratamento preferencial" no TikTok e interferência russa no pleito para promover a sua candidatura, a Justiça romena anulou as eleições, mergulhando o país em um caos político.

A anulação levou políticos de extrema direita de todo o mundo, incluindo o vice-presidente dos EUA, J.D.Vance, a acusar Bucareste de atropelar a liberdade de expressão e de ignorar "a voz do povo". Georgescu, que é um grande admirador do presidente russo Vladimir Putin, está sob supervisão judicial e é alvo de uma investigação criminal por falsas declarações sobre o financiamento de sua campanha e dos seus bens, além de outros crimes.

Guinada em direção à extrema direita

Uma eventual vitória de Simion no segundo turno deve mudar a postura de Bucareste em relação ao bloco europeu. Eurocético declarado, o candidato da extrema direita romena poderia, aos olhos de Bruxelas, ser mais um dirigente ultranacionalista indigesto ao lado do húngaro Viktor Orbán e do eslovaco Robert Fico.

A Romênia, que aderiu ao bloco em 2007, é o país da União Europeia que tem a maior fronteira com a Ucrânia. Apesar de assegurar a importância da Otan, George Simion não estaria disposto a manter a ajuda militar à Kiev. Ele não concorda com o fato de que seu país doou mísseis Patriots para os ucranianos, nem que abriu seus portos para permitir a exportação de grãos de Kiev. Vale lembrar que a Romênia é uma importante rota de trânsito de armas e munições para a Ucrânia.

Analistas temem que a chegada de Simion ao poder possa isolar a Romênia no exterior, reduzir o investimento privado e desestabilizar o flanco oriental da Otan. A Romênia, cuja economia crescerá apenas 1,2% este ano, teve o maior déficit orçamentário da UE no ano passado, o que vai obrigar o governo a aplicar em breve medidas de austeridade e a aumentar alguns impostos.

RFI A RFI é uma rádio francesa e agência de notícias que transmite para o mundo todo em francês e em outros 15 idiomas.
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