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Mundo

Trump ordenou ataque contra Irã, mas desistiu de última hora

O próprio presidente contou que 150 pessoas poderiam morrer

21 jun 2019 - 11h56
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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou hoje (21) que tinha ordenado um ataque contra o Irã nas últimas horas, como resposta ao drone americano derrubado pelo regime de Teerã.

    "Na noite passada, estávamos prontos para atacar três locais diversos, quando perguntei quantas pessoas poderiam morrer: 150, foi a resposta de um general", escreveu Trump em sua conta no Twitter. "Por isso, 10 minutos antes que os bombardeios começassem, eu parei. [As mortes que poderiam ocorrer] não eram proporcionais ao abatimento de um drone não pilotado", completou o magnata. "Não tenho pressa. Estamos prontos para agir. As sanções estão atingindo [o Irã] e acrescentamos outras na noite passada. O Irã não terá nunca uma arma nuclear, nem contra os EUA nem contra o mundo", exaltou.

    O jornal "The New York Times" tinha publicado pela manhã que o republicano chegou a ordenar um ataque de represália, mas desistiu em seguida, diante dos riscos que a ação infligia. Ontem, o Irã abateu um drone de vigilância dos Estados Unidos que sobrevoava o Estreito de Ormuz. O episódio ocorreu dias após Washington acusar Teerã de explodir dois petroleiros no Golfo de Omã.

    O clima entre os dois países é de tensão desde quando Trump decidiu abandonar o acordo nuclear assinado com o Irã pelo antecessor Barack Obama, em 2015. O pacto retirava as sanções contra Teerã e controlava a produção de armas nucleares. China, Rússia e países europeus eram favoráveis ao tratado.

    A situação tem gerado preocupação na comunidade internacional pelo risco de uma guerra entre EUA e Irã. Companhias aéreas internacionais, como Alitalia, Lufthansa, British Airways e KLM, já decidiram mudar suas rotas e evitar o espaço aéreo iraniano. No entanto, especialistas internacionais acreditam na possibilidade de Trump ter confirmado a autorização do ataque apenas para pressionar o Irã a renegociar o acordo nuclear, nos termos que o republicano deseja. "Os últimos acontecimentos na região do Golfo evidenciam uma necessidade urgente de moderação, abertura de canais de diálogo e imediata retomada da escalada", disse um porta-voz da Comissão Europeia. "A UE está e estará constantemente empenhada na situação na região do Golfo", garantiu.

Ansa - Brasil   
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