Otimismo marca início de negociações entre China e EUA antes de encontro de Trump com Xi Jinping
Um encontro entre o presidente chinês Xi Jinping e o presidente americano Donald Trump está previsto para quinta-feira (30), na Coreia do Sul. Após dois dias de negociações entre chineses e americanos em Kuala Lumpur, o clima é de otimismo entre os negociadores enviados por Washington e Pequim.
Um encontro entre o presidente chinês Xi Jinping e o presidente americano Donald Trump está previsto para quinta-feira (30), na Coreia do Sul. Após dois dias de negociações entre chineses e americanos em Kuala Lumpur, o clima é de otimismo entre os negociadores enviados por Washington e Pequim.
Evitar um fracasso no encontro, que teria repercussão mundial, é o objetivo das discussões em Kuala Lumpur entre representantes da China e dos Estados Unidos. Na noite deste domingo (26), os negociadores se mostraram positivos após dois dias de reuniões preparatórias. "Discussão construtiva", disse o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent.
"É a quinta vez que o vice-primeiro-ministro He Lifeng e eu nos encontramos, com muito respeito. A diferença desta vez é que estamos preparando um encontro entre nossos dois líderes, e queríamos oferecer a eles as condições para uma reunião bem-sucedida na próxima quinta-feira, na Coreia do Sul, e acredito que será o caso", afirmou Scott Bessent.
Scott Bessent afirmou às redes de televisão americanas ABC e NBC que um esboço de acordo entre os presidentes Donald Trump e Xi Jinping já foi discutido entre as partes. Segundo ele, os negociadores americanos e chineses encontraram uma "estrutura significativa" de acordo, especialmente sobre terras raras e soja, que deve permitir a Pequim evitar a aplicação de 100% de tarifas adicionais sobre suas exportações para os Estados Unidos.
Segundo Bessent, Pequim considera adiar a implementação de restrições à exportação de minerais raros e retomar a compra de soja dos Estados Unidos. Em troca, Washington deixaria de aplicar tarifas adicionais sobre produtos chineses.
"Acredito que, quando o anúncio do acordo com a China for divulgado, nossos produtores de soja ficarão muito satisfeitos, tanto para esta temporada quanto para as próximas, por vários anos", garantiu Bessent, que também é produtor de soja.
"Falamos sobre comércio, terras raras, fentanil, TikTok e sobre as relações entre nossos dois países em geral", detalhou. "Não vou falar em nome do presidente Trump, mas acredito que tivemos discussões muito substanciais aqui e que isso levará a novos desdobramentos", apontou o representante de Washington.
Trump ameaçou aumentar as tarifas sobre importações chinesas a partir de 1º de novembro, caso Pequim intensifique os controles sobre exportações de terras raras e sobre as tecnologias necessárias para seu refino.
Fentanil na pauta das discussões
O secretário do Tesouro americano disse ainda que Pequim aceitou, em especial, "nos ajudar a controlar essa terrível crise do fentanil", um opiáceo muito potente e altamente viciante, responsável por uma grave crise de saúde pública nos Estados Unidos. O acordo comercial "vai incluir uma cooperação muito importante para bloquear os precursores de drogas (usados na fabricação) do fentanil que entram pelo México, pelo Canadá", detalhou Bessent.
Os opiáceos sintéticos, principalmente o fentanil, causaram 60% das mortes por overdose nos Estados Unidos em 2024, o equivalente a 48 mil óbitos.
(Com agências)