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Oriente Médio

EUA: Rússia está "isolada" ao afirmar que oposição síria usou armas químicas

12 set 2013 - 15h40
(atualizado às 16h42)
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O governo americano assegurou nesta quinta-feira que a Rússia está "isolada" em sua "ridícula" afirmação, formulada na quarta-feira pelo presidente Vladimir Putin, de que foi a oposição ao regime sírio de Bashar al-Assad que usou armas químicas no ataque do dia 21 de agosto.

"A Rússia está isolada em só culpar a oposição síria pelo ataque", disse o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney em entrevista coletiva.

A porta-voz do Departamento de Estado, Marie Harf, disse a jornalistas que "seria ridículo alguém afirmar que qualquer outro que não seja o regime de Bashar al Assad é responsável dos ataques de 21 de agosto".

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AFP AFP
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Em artigo publicado ontem no jornal New York Times, Putin disse que "não há dúvidas de que foi utilizado gás venenoso na Síria, mas que todas as razões apontam para não ter sido empregado pelo Exército, mas pelas forças de oposição para provocar uma intervenção estrangeira".

Essa posição é frontalmente oposta à dos EUA, que garantem ter provas de que o ataque foi promovido pelo regime sírio.

"Não vimos nenhum relatório crível de que a oposição tenha usado armas químicas na Síria, e 34 países nos respaldaram ao declarar que o regime de Al-Assad é responsável pelo uso de armas químicas naquela data. Inclusive o Irã, que luta em nome de Al-Assad na Síria, o culpou publicamente pelo ataque", rebateu Carney.

O porta-voz da Casa Branca garantiu se basear em "informação de inteligência sobre a preparação do ataque pelo regime" e observações posteriores.

"É uma questão de bom senso supor que a oposição não tem capacidade de desenvolver um ataque coordenado em tão grande escala, com mísseis e artilharia, de um bairro controlado pelo regime e contra bairros da oposição", apontou Carney.

A resposta americana a Putin aconteceu enquanto o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, e o chanceler russo, Sergei Lavrov, se reúnem em Genebra para analisar como implementar o plano russo de controle do arsenal químico da Síria.

Kerry chegou a essa reunião "cético e com os olhos bem abertos para as dificuldades" de execução dessa operação, e hoje conversou por telefone sobre suas expectativas a respeito com os líderes da Coalizão Nacional Síria (CNFROS), Ahmed Yarba, e do Exército Livre Sírio (ELS), Selim Idris, informou Harf.

Os Estados Unidos reagiram com descrença à notícia de que a ONU recebeu um documento do governo sírio solicitando a adesão à Convenção Internacional para a Proibição de Armas Químicas.

"O convenção é algo importante, mas achamos que (unir-se a ela) não substitui trabalhar conosco e com os russos para verificar e destruir seu arsenal", explicou a porta-voz.

Harf e Carney evitaram responder diretamente à exigência da Síria, que condicionou sua eventual adesão a convenção a interrupção do fornecimento de armas aos rebeldes pelos Estados Unidos.

O jornal Washington Post publicou hoje que o governo americano começou a entrega de armas aos rebeldes sírios, depois de quase três meses de atraso.

Perguntado a respeito, Carney se limitou a admitir que a ajuda à oposição síria "aumentou" recentemente, e Harf confirmou que o Departamento de Estado fez novos envios de "veículos e equipamentos de comunicações na última semana".

EFE   
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