Os chanceleres dos Estados Unidos e da Rússia comunicaram na noite desta quinta-feira em Genebra, na Suíça (tarde em Brasília) que, apesar de suas conhecidas divergências, estão trabalhando em conjunto com o objetivo de alcançar uma solução diplomática para a crise das armas químicas da guerra civil Síria. O anúncio foi feito após o término de uma reunião convocada para tentar aproximar os dois países em suas posições sobre a proposta do presidente sírio, Bashar al-Assad, de abrir mão de suas armas químicas.
"Os Estados Unidos e a Rússia têm suas diferenças, mas concordamos que sírios morreram no dia 21 de agosto, e que nossa tarefa é eliminar essas armas", declarou o secretário de Estado americano, John Kerry, em referência ao suposto ataque químico na periferia de Damasco, no qual teriam morrido, segundo a oposição, até 1,4 mil pessoas. "A delegação russa apresentou algumas ideias e nós as respeitamos. E nós temos nossas próprias propostas", resumiu Kerry ao lado do ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov.
O anúncio de Genebra, todavia, não foi muito além de uma dose extra de paciência para ver resultados da promessa de Assad de entregar suas armas químicas à comunidade e internacional. Mais cedo, em entrevista a uma emissora russa, o contestado líder sírio confirmou sua intenção de se desfazer do armamento químico do seu Exército e de assinar o tratado da ONU que bane o uso e existência deste tipo de equipamento bélico.
As palavras de Assad foram acolhidas com criticismo por Kerry. "Eu vi notícias de que o regime sírio seguirá os procedimentos padrões para entregar suas armas nucleares, mas suas palavras não são suficientes", disse. Mais cedo, a ONU anunciou que recebeu documentos sírios para adesão à Convenção para a Proibição de Armas Químicas, e o próprio Assad disse que as inspeções poderiam começar em 30 dias.
A expectativa recai agora sobre o andamento das promessas, período no qual Washington manterá a pressão sobre Damasco, enquanto esta seguirá recebendo a tutela de Moscou. Lavrov disse em Genebra que a entrega das armas torna "qualquer ataque desnecessário". "Tenho certeza que nossos colegas americanos estão convencidos que devemos seguir a via pacífica para resolver o conflito sírio", afirmou antes do início da reunião com Kerry.
Kerry tratou de apoiar a tese e afirmou que "uma solução pacífica é claramente preferível", mas reafirmou que, caso as ações prometidas de Assad não sejam cumpridas, uma intervenção pode, mais uma vez, voltar à mesa de opções do presidente Barack Obama.
Menino vítima de ataque com armas químicas recebe oxigênio
Foto: Reuters
Menina é atendida em hospital improvisado após o ataque
Foto: AP
Homens recebem socorro após o ataque com arma químicas, relatado pela oposição e ativistas
Foto: AP
Mulher que, segundo a oposição, foi morta em ataque com gases tóxicos
Foto: AFP
Homens e bebês, lado a lado, entre as vítimas do massacre
Foto: AFP
Corpos são enfileirados no subúrbio de Damasco
Foto: AFP
Muitas crianças estão entre as vítimas, de acordo com imagens divulgadas pela oposição ao regime de Assad
Foto: AP
Corpos das vítimas, reunidos após o ataque químico
Foto: AP
Imagens divulgadas pela oposição mostram corpos de vítimas, muitas delas crianças, espalhados pelo chão
Foto: AFP
Meninas que sobreviveram ao ataque com gás tóxico recebem atendimento em uma mesquita
Foto: Reuters
Ainda em desespero, crianças que escaparam da morte são atendidas em mesquita no bairro de Duma
Foto: Reuters
Menino chora após o ataque que, segundo a oposição, deixou centenas de mortos em Damasco
Foto: Reuters
Após o ataque com armas químicas, homem corre com criança nos braços
Foto: Reuters
Criança recebe atendimento em um hospital improvisado
Foto: Reuters
Foto do Comitê Local de Arbeen, órgão da oposição síria, mostra homem e mulher chorando sobre corpos de vítimas do suposto ataque químico das forças de segurança do presidente Bashar al-Assad
Foto: Local Committee of Arbeen / AP
Nesta fotografia do Comitê Local de Arbeen, cidadãos sírios tentam identificar os mortos do suposto ataque químico das forças de segurança do presidente Bashar al-Assad
Foto: Local Committee of Arbeen / AP
Homens esperam por atendimento após o suposto ataque químico das forças de segurança da Síria na cidade de Douma, na periferia de Damasco; a fotografia é do escrtitório de comunicação de Douma
Foto: Media Office Of Douma City / AP
"Eu estou viva", grita uma menina síria em um local não identificado na periferia de Damasco; a imagem foi retirada de um vídeo da oposição síria que documenta aquilo que está sendo denunciado pelos rebeldes como um ataque químico das forças de segurança da Síria assadista
Foto: YOUTUBE / ARBEEN UNIFIED PRESS OFFICE / AFP
Nesta imagem da Shaam News Network, órgão de comunicação da oposição síria, uma pessoa não identificada mostra os olhos de uma criança morta após o suposto ataque químico de tropas leais ao Exército sírio em um necrotério improvisado na periferia de Damasco; a fotografia, de baixa qualidade, mostra o que seria a pupila dilatada da vítima
Foto: HO / SHAAM NEWS NETWORK / AFP
Rebeldes sírios enterram vítimas do suposto ataque com armas químicas contra os oposicionistas na periferia de Damasco; a fotografia e sua informação é do Comitê Local de Arbeen, um órgão opositor, e não pode ser confirmada de modo independente neste novo episódio da guerra civil síria
Foto: YOUTUBE / LOCAL COMMITTEE OF ARBEEN / AFP
Agências internacionais registraram que a região ficou vazia no decorrer da quarta-feira
Foto: Reuters
Mais de mil pessoas podem ter morrido no ataque químico, segundo opositores do regime de Bashar al-Assad
Foto: Reuters
Cão morto é visto em meio a prédios de Ain Tarma
Foto: Reuters
Homens usam máscara para se proteger de possíveis gases químicos ao se aventurarem por rua da área de Ain Tarma
Foto: Reuters
Imagem mostra a área de Ain Tarma, no subúrbio de Damasco, deserta após o ataque químico que deixou centenas de mortos na quarta-feira. Opositores do governo sírio denunciaram que forças realizaram um ataque químico que matou homens, mulheres e crianças enquanto dormiam
Foto: Reuters
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