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Oriente Médio

Enviado da ONU diz que "substância" matou centenas na Síria

28 ago 2013 - 08h19
(atualizado às 11h18)
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Lakhdar Brahimi gesticula após coletiva de imprensa sobre a situação na Síria, em Genebra
Lakhdar Brahimi gesticula após coletiva de imprensa sobre a situação na Síria, em Genebra
Foto: Reuters

O enviado especial da Liga Árabe e da ONU, Lakhdar Brahimi, lamentou nesta quarta-feira o uso "de uma substância" no ataque de 21 de agosto na Síria que provocou centenas de mortes. "Parece que se usou um tipo de substância que matou muitas pessoas, sem nenhuma dúvida mais de 100, alguns falam de 300, alguns falam de 600, talvez 1 mil, talvez mais de 1 mil", declarou Brahimi em uma entrevista coletiva em Genebra.

Brahimi também advertiu que é necessária uma autorização do Conselho de Segurança da ONU para uma intervenção militar na Síria. "Acredito que a lei internacional é clara sobre isto. A lei internacional diz que é possível realizar uma ação militar depois de uma decisão do Conselho de Segurança", declarou Brahimi.

Brahimi, que há um ano é o enviado especial da ONU e da Liga Árabe para a Síria, admitiu que agora é incapaz de assegurar se haverá uma conferência de paz, chamada Genebra 2, para tentar solucionar a guerra civil no país árabe.

O mediador afirmou, no entanto, que o governo dos Estados Unidos garantiu estar comprometido com seus esforços diplomáticos para chegar a esse objetivo, da mesma forma que a Rússia. "Estive falando com as duas partes (EUA e Rússia) e eles me disseram que seguem interessados e comprometidos com Genebra 2", mas "os eventos de 21 de agosto terão um efeito sobre como chegar" a esse fórum de negociação, comentou.

Brahimi, que desde o princípio do mês trabalha com sua equipe em Genebra para encontrar uma solução política ao conflito sírio, reconheceu que há "um antes e um depois" do ataque do dia 21 de agosto contra civis nos arredores de Damasco, no qual existem múltiplas evidências do uso de armas químicas.

Uma ação militar externa contra o regime de Bashar al-Assad indubitavelmente também terá um impacto sobre o processo diplomático, reconheceu o mediador, sem poder antecipar se o bloqueará definitivamente ou, pelo contrário, o acelerará.

Também nesta quarta-feira, o secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, disse que informações de fontes variadas apontam para as forças do presidente Bashar al-Assad como responsáveis pelo uso de armas químicas na Síria.

Falando depois de uma reunião de embaixadores da Otan em Bruxelas, Rasmussen disse que qualquer uso de tais armas é "inaceitável e não pode ficar sem resposta", embora não tenha sugerido qualquer resposta. "Esta é uma clara violação das normas e práticas internacionais de longa data. Os responsáveis devem ser responsabilizados", disse ele em comunicado.

Com informações da agência Reuters

EFE   
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