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Meloni critica debate 'ideológico' sobre eleição direta a premiê

Primeira-ministra da Itália defendeu reforma constitucional

8 mai 2024 - 15h51
(atualizado às 16h00)
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A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, pediu nesta quarta-feira (8) que o tema da possível reforma para criar eleições diretas para premiê no país não seja tratada de forma "ideológica". As declarações foram dadas em uma audiência sobre a questão no Senado.

    "Aqueles que se consideram depositários exclusivos da Constituição colocam, paradoxalmente, em crise, sua função unificadora. Se a Constituição é de todos, e é de todos, sua interpretação não pode privilegiar uma única cultura política ou um único ponto de vista", disse ela, já que a mudança exigiria uma reforma constitucional.

    "Acredito que quanto mais conseguirmos nos ater ao cerne da questão, e não fundar o debate em preconceitos, mais podemos chegar a um texto, não sei quanto unânime, mas melhor", afirmou Meloni. Para ela, o principal objetivo deve ser "garantir o direito dos cidadãos de escolher quem os governará".

    "O segundo objetivo é permitir que quem é escolhido pelo povo para governar possa fazê-lo com um horizonte legislativo, possa ter tempo para avançar com o programa com o qual se apresentou aos cidadãos. Tempo e estabilidade são condições decisivas para construir qualquer estratégia e, portanto, para devolver credibilidade às nossas instituições diante dos cidadãos e desta nação com nossos interlocutores internacionais", argumentou.

    A mudança mira garantir estabilidade ao cargo de premiê, em um país que já teve 68 governos diferentes em 75 anos de história republicana.

    "Sempre é melhor não chegar a um referendo divisivo sobre a Constituição, mas me sinto obrigada a lembrar que a República nasceu de um referendo divisivo e foi uma coisa boa, é a democracia", avaliou Meloni, acrescentando que a medida pode garantir as melhores condições para a economia, além de mais justiça social.

    "Uma democracia instável também é uma democracia que não tem capacidade de decisão e em que aqueles que teriam a tarefa de representar os cidadãos e suas demandas acabam sendo mais fracos que poderes que não têm o mesmo propósito, poderes econômicos, burocracias, lobbies", elencou.

    "Acho que esta proposta garante a correta divisão de funções estabelecida pela Constituição, segundo a qual o governo e as Câmaras determinam a direção política e o chefe de Estado exerce a função de garantia, acabando com sobreposições que em nossas fraquezas e dificuldades às vezes criaram mais problemas do que soluções", defendeu Meloni.

    Caso a reforma constitucional seja aprovada, o premiê será eleito diretamente pelo povo, porém ainda não está claro como o sistema eleitoral seria adaptado para esse novo modelo. .

Ansa - Brasil   
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